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Política

RJ: grupo completa 2 noites acampado em frente à casa de Cabral

23 jun 2013 - 11h37
(atualizado às 12h48)
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<p>Com bandeira do Brasil, manifestante faz coro a protesto na frente da casa de Cabral</p>
Com bandeira do Brasil, manifestante faz coro a protesto na frente da casa de Cabral
Foto: Mauro Pimentel / Terra

Um pequeno grupo de manifestantes passou sua segunda noite acampado próximo ao prédio do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), à espera que o governante escute suas reivindicações. Seu protesto, um dos muitos que explodiram no Brasil nas últimas duas semanas, começou na noite de sexta-feira e continua hoje, para quando estão previstas novas manifestações não só no Rio, mas em várias outras cidades.

Em Fortaleza, onde Espanha e Nigéria se enfrentarão em partida válida pela Copa das Confederações, o protesto será contra as elevadas despesas do governo federal nos estádios exigidos pela Fifa para que o Brasil organize a Copa do Mundo 2014.

Os manifestantes, que completaram mais de 40 horas acampados na frente da residência particular de Cabral no Leblon, querem uma explicação do governador aos excessos cometidos pela polícia na repressão à manifestação de quinta-feira passada.

A polícia, atacada por um pequeno grupo perto da prefeitura, lançou gás lacrimogêneo para dispersar a manifestação e saiu em perseguição por várias ruas do centro e da Lapa atrás de quem promovia atos de vandalismo, mas sem poupar quem marchava pacificamente e centenas de pessoas que estavam em bares e restaurantes alheios ao protesto.

Os manifestantes, que na noite da sexta-feira passavam de mil, mas foram diminuindo, montaram quatro barracas na avenida Delfim Moreira e obrigou a polícia a fechar a via novamente neste domingo para evitar um acidente ou um incidente com os motoristas que passam pelo local.

Para este domingo também foi convocado uma protesto na praia de Copacabana, nesse caso uma passeata contra a PEC 37, que retira do Ministério Público a atribuição de realizar investigações criminais e, segundo os manifestantes, pode favorecer a impunidade de políticos corruptos.

Algumas das organizações que promovem as manifestações também propõem nas redes sociais uma possível paralisação de atividades para a próxima quinta-feira, o que pode ser proibido pela Justiça, uma vez que as greves só podem ser convocadas por sindicatos formalmente registrados.

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Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

EFE   
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