RJ: petistas criticam Lindbergh e rejeitam palanque duplo em 2014
As palavras do pré-candidato do PT ao governo do Rio de Janeiro, o senador Lindbergh Farias, de que é possível um palanque duplo no Estado para a presidente Dilma Rousseff e para a provável chapa formada pelo governador de Pernambuco Eduardo Campos e pela ex-ministra Marina Silva, pelo PSB, desatou a ira de petistas pelas redes sociais na tarde desta terça-feira.
O deputado federal Edson Santos (PT-RJ), respondeu que é inaceitável sequer cogitar essa hipótese. “O PT do Rio de Janeiro trabalha para construir o palanque para a reeleição da presidenta”, disse o parlamentar. “De forma indivisível, os palanques do PT no Rio e em todo o Brasil em 2014 servirão a um só projeto: reeleger Dilma.”
O ex-presidente do PT no Rio de Janeiro Alberto Cantalice, foi outro que rejeitou qualquer possibilidade de o partido estar em outro palanque em 2014. “Aqui no Rio, o palanque do PT será só da presidenta Dilma. Não haverá espaço para tergiversações e oportunismo!”, disse, criticando abertamente Lindbergh.
O senador rebateu as críticas e considerou as afirmações “conversa de uma turma que quer continuar no governo do PMDB”. “Queremos inverter o jogo. O PT tem que sair imediatamente do governo Cabral. Sou muito mais costurar uma aliança com o PSB no Rio do que ficar ao lado de um governo que agride professores.”
Em evento no Rio de Janeiro, o senador afirmou ter ótima relação tanto com Campos quanto com Marina e já afirmou ser possível uma conciliação. A candidatura de Lindbergh Farias ao
governo do Estado tem forte oposição dentro do partido, apesar da simpatia do ex-presidente
Lula pelo senador.
A situação deve colocar a presidente Dilma em dois palanques em 2014: o do senador, do seu partido, e o do vice-governador Luiz Fernando Pezão, do PMDB, aliado do governo e partido do vice-presidente Michel Temer. Caso Lindbergh consiga levar Eduardo Campos e Marina Silva para seu palanque, é provável que tenha que dividi-lo com o deputado federal Miro Teixeira, ex-PDT e agora no recém-criado Pros.
O senador defendeu uma parceria com o PSB, mesmo que a legenda, sob o comando do deputado federal Romário no Estado, apoie seu candidato presidencial nos palanques no Rio de Janeiro.
“Eu sou PT, sou Dilma. Agora, ao meu ver, poderia existir uma aliança onde, por exemplo, o senador fosse do PSB e apoiasse Eduardo Campos. Eu vou defender essa posição”, disse Lindbergh. “Acho que o PT errou quando tratou Eduardo Campos no episódio de sua saída do governo. O ex-presidente Lula tinha uma outra posição, que era tratá-lo como um aliado. Se o PT continuar tratando o Eduardo Campos como inimigo nos Estados, estará unificando a oposição ainda no primeiro turno”, opinou.