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Política

RJ: vereador articula ação contra aliado de Paes denunciado

28 jul 2014 - 11h22
(atualizado às 11h29)
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Eliomar Coelho quer investigação do desvio de verbas
Eliomar Coelho quer investigação do desvio de verbas
Foto: Divulgação

O vereador Eliomar Coelho (Psol) vai começar a articular nesta segunda-feira, com um grupo e vereadores de oposição, alguma medida concreta para que se prestem contas dos fatos denunciados pela ex-mulher do ex-secretário de Ordem Pública da prefeitura Rodrigo Bethlem, Vanessa Felippe, às revistas Veja e Época. Ele aparece em gravações de áudio e vídeo admitindo receber propina.

Coelho afirma que o escândalo pode atingir o prefeito Eduardo Paes. "O homem sempre foi muito próximo do prefeito, que agora diz que vai apurar. Por que não apurou ano passado, quando a gente denunciou? É a raposa tomando conta do galinheiro. É um núcleo que administra a cidade do Rio e esse cidadão faz parte do núcleo”, afirmou Eliomar. 

Mesmo sem descartar uma CPI, Eliomar Coelho acha que vai ser através do Ministério Público ou de uma ação popular a única forma de conseguir que a prefeitura dê alguma resposta à sociedade sobre o desvio de verbas. "Se pedirmos uma CPI, vai ser bem difícil conseguirmos assinatura de 17 vereadores”, disse. “Na CPI dos ônibus, conseguimos 17 assinaturas no calor das manifestações. Mas nunca a gente conseguiu ter 17 assinaturas na Câmara para uma CPI quando eles entendem que é contra o interesse deles”, afirmou, lembrando que a CPI dos Ônibus está parada na Justiça desde julho do ano passado, quando a oposição questionou a composição da comissão, que dava maioria ao governo. 

Terra tentou contato com Jorge Felippe, presidente da Câmara de vereadores e pai de Vanessa Felippe, ex-mulher de Rodrigo Bethlem e autora das gravações repassadas à imprensa, mas não obteve resposta. 

Nas conversas gravadas pela ex-mulher em 2012, Bethlem explica que tem ganho mensal de R$ 100 mil, frutos justamente das propinas que retirava dos contratos firmados na prefeitura. O deputado federal teria desviado recursos em convênios da prefeitura num total de R$ 70 mil por mês. 

De acordo com a revista Veja, o deputado confessou os desvios em discussão com Vanessa. Ela recebe pensão do ex-marido desde 2012, sempre em dinheiro. Cada remessa continha R$ 20 mil em notas de R$ 100. O dinheiro seria trazido por um assessor do deputado, como ficou demonstrado em vídeo publicado divulgado pela Época. Ao reclamar dos pagamentos em espécie, Vanessa instalou câmeras pela casa e gravou conversas com ele.

Rodrigo Bethlem é amigo pessoal de Paes há muitos anos, e sempre foi seu homem de confiança dentro do governo, junto do também candidato a deputado federal Pedro Paulo (PMDB-RJ), secretário municipal da Casa Civil recém-licenciado. O prefeito do Rio afirmou que uma auditoria da Controladoria Geral do Município identificará, a partir da próxima segunda-feira, se houve irregularidades em todos os contratos firmados por Bethlem.

“Acho que não tem como ninguém negar nada. Tem gravação feita, está tudo muito claro. O responsável pela avaliação das fitas diz que são autênticas, sem edição do material, então a gente vai tem que ter resposta disso e tomar as providências. O fato está identificado, o responsável está identificado e algo a gente tem que fazer”, disse. 

Eliomar Coelho lembra que ano passado fez um requerimento de informações à prefeitura sobre o cadastramento de uma ONG para o Minha Casa Minha Vida, onde os próprios cadastradores estavam se cadastrando e o executivo não respondeu. “Isso tem sido usual e é uma forma de embarreirar a atuação legítima da Câmara de Vereadores. Fizemos uma solicitação dos resultados de uma sindicância as respostas foram sempre evasivas. O Executivo nunca deu bola para nossos pedidos”, acusou, dizendo que é preciso saber quanto tempo e quanto Bethlem teria desviado para ressarcir de algum forma os cofres municipais. “Temos que tomar alguma providência. Não pode ficar sem dar em nada. Acho que o embarreiramento por parte da prefeitura pode se tornar maior, mas temos que enfrentar, nem que seja a judicialização do processo”, disse. 

Fonte: Terra
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