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Política

Romeu Zema rebate Lula por vetos a projeto de renegociação de dívidas: 'Jesus Cristo perdoaria todas'

Chefes do Executivo estadual e federal têm trocado farpas públicas sobre o Propag, que visa a renegociação de dívidas de Estados à União

23 jan 2025 - 18h53
(atualizado às 19h21)
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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Foto: Divulgação/PR/Ricardo Stuckert

A tensão aumentou entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em meio às discussões sobre os vetos do governo federal a pontos do projeto que visa a renegociação de dívidas dos Estados com a União

Na tarde da quarta-feira, 22, durante a cerimônia de assinatura do contrato de concessão da BR-381/MG no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), Lula disse que Zema fez uma crítica 'profunda e desnecessária' sobre o Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag). 

Na ocasião, Lula afirmou: "O que nós fizemos para os Estados que não pagavam dívidas talvez só Jesus Cristo fizesse, se ele concorresse à Presidência da República deste País".

O chefe do Executivo mineiro rebateu: "Presidente Lula, Jesus Cristo perdoaria todas as dívidas e jamais cobraria juros abusivos de quem ajuda a construir o Brasil. Vamos honrar todas nossas obrigações, mas esperamos que os deputados derrubem os vetos ao Propag para trazer justiça e previsibilidade ao Estado". 

A fala de Zema foi publicada na rede social X (antigo Twitter), em uma publicação em que repercutiu uma reportagem sobre as críticas de Lula (veja abaixo). 

No centro da troca de farpas, o Propag busca renegociar mais de R$ 760 bilhões em dívidas das unidades federativas com a União. Aproximadamente 90% do valor corresponde às dívidas de quatro Estados: Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Na avaliação do presidente, Zema deveria lhe dar um prêmio pelo acordo, e que a palavra 'obrigado' é simples, mas para dizê-la, é preciso 'ter grandeza'.

Lula se compara a Jesus ao criticar Zema por ingratidão em acordos e obras do governo federal em MG:

A medida prevê o pagamento da dívida em até 30 anos, corrigido pelo IPCA - atualmente em 4,5% ao ano - mais uma taxa entre 2% e 4%, dependendo do contrato. Atualmente, os juros são de 4% mais o IPCA ou a Selic, que está em 12,25% ao ano.

A lei foi sancionada recentemente, porém com 13 vetos do presidente Lula, o que provocou desconforto e críticas por parte dos governadores estaduais, especialmente Zema.

Segundo o governador, a 'mutilação' do texto aprovado impõe custos adicionais ao Estado, enquanto o governo federal "mantém 39 ministérios, promove viagens luxuosas e aplica sigilo de 100 anos no cartão do presidente".

Lula chegou a classificar cinco governadores como 'ingratos' por criticarem os vetos ao projeto de renegociação das dívidas dos Estados com a União.

"Os governadores, que são cinco maiores e que devem mais e que são ingratos porque deveriam estar agradecendo ao governo federal e ao Congresso Nacional, fizeram críticas porque alguns não querem pagar. A partir de agora, vão pagar", disse o presidente, em referência aos governadores Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro; Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul; Romeu Zema, de Minas Gerais; Ronaldo Caiado (União), de Goiás; e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo.

*Com informações de Estadão Conteúdo.

Fonte: Redação Terra
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