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Política

Salles reage à aproximação de Bolsonaro com prefeito de SP e ataca comando do PL

Ex-ministro do Meio Ambiente, deputado diz que "quem com os porcos anda, farelo come" e faz críticas à cúpula do próprio partido, que quer rifá-lo na disputa pela Prefeitura

3 jun 2023 - 19h35
(atualizado às 21h15)
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O ex-presidente Jair Bolsonaro e seu ex-ministro Ricardo Salles
O ex-presidente Jair Bolsonaro e seu ex-ministro Ricardo Salles
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

BRASÍLIA - O deputado Ricardo Salles (PL-SP) reagiu neste sábado, 3, à aproximação do ex-presidente Jair Bolsonaro com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e fez críticas à cúpula do PL. Bolsonaro e Nunes se reuniram duas vezes em menos de um mês. Salles quer ser candidato à Prefeitura em 2024 e disputa o apoio de Bolsonaro no campo da direita, enquanto Nunes se movimenta para concorrer à reeleição.

Um dia depois de Bolsonaro ter almoçado em São Paulo com Nunes e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, Salles partiu para o ataque. "Quem com os porcos anda, farelo come", afirmou o deputado no Twitter. Ex-ministro do Meio Ambiente, Salles percebeu que está sendo rifado dentro do próprio partido e, horas depois de fazer a primeira postagem, fez críticas à cúpula do PL, que respingaram até mesmo no ex-presidente.

O deputado apontou relações entre o PL, presidido por Valdemar, e o PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Disse, por exemplo, que o deputado Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP), ex-ministro dos Transportes no governo Dilma Rousseff, é o elo entre os dois partidos.

"A Prefeitura, de Nunes e Marta (Suplicy), está cheia de petistas. Enfim, para o Centrão é tudo business. Não são conservadores, nem liberais e nem direita. Muito menos oposição. Jamais serão. Serão sempre governo. Não foi para isso que passamos 4 anos lutando contra a esquerda. Vergonha", escreveu Salles.

Até o mês passado, Salles tinha confiança de que seria o candidato de Bolsonaro à Prefeitura de São Paulo, em 2024. Bolsonaro e Valdemar, porém, têm pesquisas mostrando que um nome de extrema-direita não ganha a eleição em São Paulo e se movem para apoiar um candidato de centro. Agora, tentam atrair o prefeito, que é do MDB, para o PL.

Outros aliados de Bolsonaro também preferem Nunes como candidato no campo da direita. Entre eles está o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PP-CI), um dos líderes do Centrão. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro é amiga da mulher do prefeito, Regina Nunes.

A presença de Bolsonaro e de Nunes em um mesmo evento foi lida como um movimento para rifar Salles e sinalizar que a cúpula do PL está disposta a apoiar o prefeito na disputa pela reeleição. O PL tenta fazer um acordo com Nunes sob o argumento de que a divisão na direita pode favorecer o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP), pré-candidato da esquerda na disputa.

Caso as negociações não vinguem, o outro nome que vem sendo citado para representar o bolsonarismo na eleição para a Prefeitura de São Paulo é o do senador Marcos Pontes (PL-SP), conhecido como "Astronauta".

Também nas redes sociais, Salles postou mais um ataque neste sábado, tirando o trecho de uma live no dia anterior em que ele defende uma separação entre os políticos "sérios e os picaretas" dentro da esquerda e da direita. "Tão relevante quanto as escolhas ideológicas, a degradação da política brasileira nos impõe, antes de tudo, separar os sérios dos picaretas. Essa história de pragmatismo virou desculpa para justificar apoiar ladrão e vagabundo", afirmou.

Estadão
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