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Política

'Se Crivella fosse bom, não precisaria de bengala', diz Paes

Candidato do DEM afirmou que o atual prefeito se apoia no presidente Jair Bolsonaro

2 nov 2020 - 07h16
(atualizado às 08h31)
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Candidato do DEM, o ex-prefeito Eduardo Paes diz que prefeito atual do Rio de Janeiro se apoia no presidente da República, Jair Bolsonaro, porque é "incompetente" e que Rio não terá "novo Witzel". Confira abaixo a entrevista concedida ao jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM)
O ex-prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (DEM)
Foto: Divulgação / Estadão Conteúdo

O senhor teve bens bloqueados por uma decisão judicial voltada para gastos com subsídios de passagens de ônibus. Como encara essa situação?

Importante dizer que a decisão não tem nada a ver com corrupção, desvio. Seria uma acusação de infração administrativa, da qual vou me defender. O Rio não tem subsídio da tarifa de ônibus, ao contrário de São Paulo. Essa conta da gratuidade alguém paga - o trabalhador ou a Prefeitura. Eu não quis aumentar o preço da tarifa, então pagava essa gratuidade (para alunos da rede pública). Acho que é uma medida (judicial) descabida, mas temos que respeitar a decisão judicial e vamos provar que não houve improbidade administrativa.

Junto com o fato de ter virado réu por suposto caixa 2 da Odebrecht, isso não prejudica sua candidatura?

Claro que pode. Não acho que a Justiça tenha que parar na época do processo eleitoral. Mas, a três semanas da eleição… Decisão da Justiça não se comenta, se respeita.

Teme um "novo Witzel" na eleição deste ano?

Acho que o Rio não deveria correr o risco nem de ter um novo Crivella nem um novo Witzel.

No áudio que vazou de conversa sua com o Lula, o senhor reclama da dificuldade, para quem começou a gestão lidando com ele e Sérgio Cabral, de ter que lidar com Dilma Rousseff e Luiz Fernando Pezão. Acha que isso melhorou ou piorou tendo Cláudio Castro/Witzel e Bolsonaro?

Eu vou me dar bem com o governador que tiver, com o presidente que tiver. Não tenho a menor dificuldade nem com o Bolsonaro nem com o Cláudio Castro. Conheço os dois há algum tempo já; o Bolsonaro, inclusive, mais que o Cláudio. É meu papel lidar com os governadores, com os presidentes da República, com quem passar.

O que acha da estratégia de Crivella de inserir Bolsonaro a todo momento na campanha?

Mostra como o Crivella é ruim. Se fosse bom prefeito, não precisaria de bengala nenhuma. Eu tento me apresentar sem bengala nenhuma. O candidato sou eu, quem vai mandar na prefeitura sou eu. O Crivella é o oposto: ele precisa de bengala porque é um incompetente.

Os escândalos do governo Witzel escancararam casos de corrupção envolvendo as organizações sociais (OSs) que administram hospitais. Pretende acabar com elas no município?

Eu vinha preocupado com isso desde 2014, quando criei a RioSaúde, empresa pública de Saúde. Não há uma quantidade de organizações sociais dignas desse nome tão grande assim. Vários empresários foram montando ou adquirindo OSs para fazer seus negócios. Já percebia isso. Tivemos o máximo de zelo, é importante destacar isso. Não que não tenha tido problema, mas não teve nenhum escândalo. Minha ideia é ampliar o papel da RioSaúde. Acabar totalmente com OSs não sei, porque ainda tem OSs boas pelo Brasil.

Qual a prioridade do prefeito que assumir em relação à pandemia?

No caso das escolas, preparar a rede para a retomada das aulas e compensar o ano perdido das crianças da escola pública. Na Saúde, temos que preparar as clínicas para vacinação. Se a vacina é inglesa, chinesa, russa, alemã, não importa: quero é que as Clínicas da Família estejam preparadas para uma vacinação em massa que possa trazer tranquilidade para as pessoas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão
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