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Política

Sem citar Aécio, Dilma diz que rival quer trazer de volta "figurino neoliberal"

30 mai 2014 - 22h29
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A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira em Belo Horizonte, sem citar o pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, que o tucano quer trazer de volta um "figurino neoliberal" e um modelo que, segundo ela, "já fracassou".

Em encontro do diretório do PT de Minas Gerais, Estado governado por Aécio por oito anos, a presidente disse ainda que os adversários querem "trazer de volta a recessão" e afirmou que os tucanos "nunca se interessaram" por questões sociais.

"Tem candidato dizendo, por exemplo, que quer ser eleito para aplicar medidas impopulares, que não tem medo da opinião pública, que está se lixando para a reação que pode provocar essas medidas e que vai derrubar qualquer barreira para impor o seu figurino neoliberal", disse a presidente, numa referência a declarações recentes de Aécio de que estaria disposto a adotar "medidas impopulares" se eleito, caso fosse necessário.

"Eles querem trazer de volta um modelo que já fracassou. A partir daqui, de Minas Gerais, querem trazer de volta a recessão, o desemprego, o arrocho salarial, o aumento da desigualdade e o aumento da submissão que o Brasil tinha no passado ao Fundo Monetário, por exemplo", acrescentou Dilma durante o encontro, que serviu para confirmar a pré-candidatura do petista Fernando Pimentel ao governo do Estado.

A presidente também fez referência à proposta aprovada nesta semana pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado (CAS), de autoria do presidenciável tucano, que estende o benefício do Bolsa Família por até seis meses no caso do beneficiário aumentar sua renda em decorrência de atividade profissional ou econômica.

A proposta foi duramente criticada pelo governo, que entende que ela desfigura o Bolsa Família ao retirar limites de renda e de tempo de permanência no programa. [ID:nL1N0OF02A]

"Hoje eles estão tentando aparecer como grandes defensores do Bolsa Família, quando a gente lembra que chamavam o Bolsa Família de Bolsa Esmola. Nunca foram a favor das políticas, sempre acharam que fazer política social era jogar o dinheiro pela janela", disparou.

"Nós temos de proteger o nosso projeto do assanhamento de um pessoal que, quatro em quatro anos, sempre acredita que, finalmente, eles vão ter hora e vez. Hora e vez e a oportunidade de enganar o povo de novo."

Em tom claramente eleitoral, Dilma previu sua vitória na campanha pela reeleição.

"Eles querem ganhar na marra. Vão descobrir pela quarta vez que nós e o povo brasileiro não nos deixamos enganar", disse ela se referindo às duas vitórias de Lula --em 2002 e 2006-- e ao seu próprio triunfo sobre os tucanos em 2010.

COPA DO MUNDO

No discurso, Dilma também criticou aqueles que pretendem torcer contra a seleção brasileira, lembrando que, quando foi presa pelo regime militar, era ano de Copa do Mundo e ela, "de cabeça erguida", torceu pela seleção brasileira "porque ela é do povo brasileiro".

"Hoje em plena democracia, não torcer pela seleção brasileira é de uma sem-cerimônia incrível. É simplesmente não ser capaz de ter orgulho do seu país. É ter um imenso complexo de vira-lata", disse.

(Reportagem de Eduardo Simões)

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