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Política

Coaf com Guedes na Economia 'não é o melhor', diz Moro

'Qualquer decisão será, por óbvio, respeitada, mas estamos conversando com os parlamentares para mantê-lo', escreveu o ministro no Twitter

27 abr 2019 - 17h02
(atualizado às 17h06)
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Diante da ameaça de ter sua pasta desidratada, Sérgio Moro voltou a argumentar publicamente pela manutenção do Conselho de Controle de Atividades Financeiros (Coaf) no Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Ele usou o Twitter para dizer que está atento à movimentação no Congresso para tirar o órgão de seu comando e que nem Paulo Guedes deseja o retorno do Coaf à estrutura do Ministério da Economia.

Os Ministros Sérgio Moro, da Justiça, e Paulo Guedes, da Economia, aguardam a chegada do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF)
Os Ministros Sérgio Moro, da Justiça, e Paulo Guedes, da Economia, aguardam a chegada do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF)
Foto: Dida Sampaio / Estadão

"Há discussão no Congresso para ele voltar para a Economia. Respeitosamente, não é o melhor. O Ministro Guedes não quer. Qualquer decisão será, por óbvio, respeitada, mas estamos conversando com os parlamentares para mantê-lo. No combate ao crime, integração é a chave", escreveu em sua conta na rede social.

Ter controle sobre o Coaf foi um dos pedidos de Moro ao aceitar o posto de ministro. A mudança fez parte da Medida Provisória 870, que redesenhou a Esplanada e reduziu o número de ministérios do governo.

Apesar disso, o presidente Jair Bolsonaro disse na quinta-feira, 25, em café com jornalistas, para o qual o Estado foi convidado, que não se opõe em devolver o Coaf à Economia. Ele afirmou estar preocupado com o prazo de votação da Medida Provisória, que perde a validade em 3 de junho e já recebeu mais de 500 emendas.

A declaração do presidente e a movimentação dos parlamentares preocuparam Moro de pronto. Numa série de postagens no Twitter, o ministro argumentou que o Coaf "estava meio esquecido no governo anterior" e que, sob seu comando, o órgão foi fortalecido.

"(O Coaf) Tinha 37 efetivos, o plano é ter 65 até o final do ano. Criamos um setor específico dedicado a atender o investigador, MP ou policial, da ponta, com informações estratégicas", escreveu o ministro.

"Estamos incentivando integração do COAF com MPF, PF e polícias estaduais. Só com o RJ, 27 novos agentes policiais estaduais foram cadastrados este ano junto ao COAF para obtenção de informações. Antes eram quatro", afirmou pelo Twitter.

Na sexta, em palestra para empresários mineiros, ele já havia dito que o Coaf é um importante instrumento para detecção e prevenção de operações de lavagem de dinheiro e que a Economia tem outras atribuições.

"Todo mundo já ouviu aquela frase, que é importante fazer o crime não compensar, que significa tanto mandar o criminoso para a prisão, mas igualmente confiscar o produto do crime. E, para isso, é importante termos mecanismos de detecção e prevenção de operações de lavagem de dinheiro", disse Moro aos empresários.

Segundo o ex-juiz, Paulo Guedes tem outras coisas para se preocupar. "Taxa de juros, crescimento da economia, nova previdência, são todas pautas importantíssimas, enquanto que o trabalho do Coaf, que é nossa unidade de inteligência financeira, de prevenção à lavagem de dinheiro, tem uma relação muito grande com o trabalho da segurança pública", disse.

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