Sete em cada dez brasileiros são favoráveis à regulamentação das redes, diz pesquisa
Confiança nas redes sociais supera a dos partidos políticos, mas fica abaixo da imprensa tradicional
Sete em cada dez brasileiros são favoráveis à regulamentação das redes sociais e do WhatsApp, de acordo com pesquisa do Observatório da Democracia da Advocacia-Geral da União (AGU) em parceria com o Instituto de Previdência do Estado de São Paulo (Ipespe). O levantamento, intitulado "A democracia que temos e a democracia que queremos", foi realizado entre 30 de novembro e 5 de dezembro de 2024, com 3 mil entrevistados.
Apesar do apoio significativo à regulamentação, 27% dos entrevistados se manifestaram contra a proposta. A margem de erro do levantamento é de 1,8 ponto percentual, com nível de confiança de 95,45%.
A pesquisa revelou também que 69% dos participantes acreditam que fake news prejudicam e confundem a escolha de eleitores durante as eleições. Esse dado reflete a preocupação da sociedade com o impacto das informações falsas no processo democrático.
A desconfiança das redes sociais é outro ponto em destaque: 74% dos brasileiros declararam não confiar nessas plataformas, o que coloca as redes atrás apenas dos partidos políticos, que lideram a desconfiança com 81%. Por outro lado, a imprensa tradicional tem um índice menor em relação aos itens anteriores, de 60% de desconfiança entre os entrevistados.
A mesma pesquisa apontou que, embora 81% dos brasileiros considerem a democracia o melhor sistema de governo, mais da metade da população (55%) está insatisfeita com o regime no País.
Para Antonio Lavareda, coordenador da pesquisa, o estudo é fundamental para avaliar o momento atual e identificar lacunas na consolidação de valores democráticos. "Levantamentos como esse ajudam a dimensionar as conquistas, bem como expectativas não realizadas e não atingidas ainda pela sociedade", afirmou.
Jorge Messias, advogado-geral da União, destacou a importância de usar os resultados como base para debates mais amplos. "A partir dessas pistas, nós teremos condições de discutir com as demais instituições da sociedade brasileira, da sociedade civil, setores econômicos, instituições republicanas, como os poderes Judiciário e Legislativo", afirmou.