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Política

Sob risco de demissão, Ernesto Araújo enfrenta tempestade perfeita com China, Índia e EUA

Ativo ideológico de Bolsonaro, chanceler empreendeu guinada na política externa brasileira há dois anos e nas últimas semanas enfrentou problemas por suas decisões.

30 jan 2021 - 07h19
(atualizado às 08h21)
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O chanceler Ernesto Araújo enfrenta risco de demissão
O chanceler Ernesto Araújo enfrenta risco de demissão
Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República / BBC News Brasil

Na quarta-feira (27/01), enquanto o vice-presidente Hamilton Mourão afirmava que o chanceler Ernesto Araújo deverá deixar o comando do Ministério das Relações Exteriores em breve, Araújo aplaudia e ria dos insultos que o presidente Jair Bolsonaro disparava contra a imprensa em uma churrascaria de Brasília.

Os eventos podem parecer contraditórios, mas exprimem a encruzilhada no destino de Araújo. O chanceler, visto como um dos últimos representantes da pauta ideológica de Bolsonaro na Esplanada, é também o executor de uma política externa que começa a trazer dificuldades palpáveis aos interesses econômicos e sanitários nacionais.

Nas últimas semanas, isso se traduziu em falta de proximidade diplomática que destravasse o envio da China e da Índia de doses de vacina e de insumos para produzir centenas de milhões de imunizantes no Brasil, além da escassez de pontos de diálogo com o recém-empossado governo democrata de Joe Biden, que já anunciou a agenda ambiental como um dos pontos centrais de seu governo.

Como resultado, a demissão de Araújo virou uma demanda de grupos políticos cada vez mais diversos. Se, por um lado, ele é um ativo ideológico de Bolsonaro, por outro, passou a representar um risco eleitoral em um país com 220 mil mortes na pandemia e em crise econômica.

Essa é a avaliação de quase uma dezena de embaixadores e diplomatas ouvidos pela BBC News Brasil, tanto no país quanto no exterior. A maior parte deles preferiu discutir o assunto anonimamente por receio de retaliações políticas.

"Ernesto Araújo é hoje muito mais uma ponte entre o presidente e seu público doméstico do que um interlocutor para o Brasil na arena internacional", definiu um deles.

Procurado pela BBC News Brasil, Ernesto Araújo não se posicionou diretamente. O Itamaraty destacou o Secretário de Comunicação e Cultura, embaixador Paulino Franco, para responder aos questionamentos da reportagem. Franco afirmou que não comentaria as declarações de autoridades nem a possibilidade de saída do chanceler.

Ernesto Araújo faz parte do setor mais ideológico do governo
Ernesto Araújo faz parte do setor mais ideológico do governo
Foto: Raylson Ribeiro/MRE / BBC News Brasil

A respeito do episódio da churrascaria e da relação com Bolsonaro, ele afirmou que "qualquer ministro, independentemente da pasta que ocupe, é, por definição, um ser político e responde ou age de acordo com as escolhas políticas do momento. O presidente Bolsonaro tem o seu programa político, ele foi eleito por esse programa, que de modo simplificado poderia ser chamado de liberal-conservador, e o ministro Ernesto Araújo compartilha essas ideias políticas e é natural que ele faça parte dessas atividades do presidente".

A tempestade perfeita de Araújo

No xadrez global, a chancelaria de Araújo, diplomata de carreira e ex-aluno do ideólogo Olavo de Carvalho, representou uma quebra com os princípios da diplomacia brasileira de não intervenção em assuntos internos alheios e de independência de posicionamento. O ministro levou o Itamaraty a se posicionar contra o que chamou de climatismo, globalismo e ideologia de gênero.

Na prática, passou a colocar em dúvida dados científicos sobre mudanças climáticas, a criticar organismos de relação multilateral, como a ONU, e a ver na promoção de ações de igualdade de gênero e justiça social uma afronta às liberdades individuais, especialmente a religiosa, e ao conservadorismo cristão que defende.

A cartilha não foi inventada por Araújo — nem por Bolsonaro — mas estava dada pelo então presidente americano Donald Trump, a quem o Brasil se alinhou. De Trump, Araújo também importou a hostilidade à China, maior competidor dos americanos e principal parceiro comercial do Brasil, a proximidade com Israel e a falta de interesse em atuar junto a países emergentes e regionais, entre os quais o Brasil era uma liderança.

E se nos primeiros meses dessa política os posicionamentos geraram polêmica, algumas notas de indignação e surpresa entre aliados, a mudança drástica no cenário internacional com a pandemia e a derrota de aliados do bolsonarismo em disputas eleitorais ao redor do mundo colocaram em xeque as ações de Araújo. A situação se complicou simultaneamente com três dos principais interlocutores globais: China, Índia e EUA.

Fachada do Palácio do Itamaraty, em Brasília
Fachada do Palácio do Itamaraty, em Brasília
Foto: Ministerio de Relacoes Exteriores / BBC News Brasil

China: Tereza Cristina, Fábio Faria e Temer em ação

A gestão Bolsonaro adotou posicionamento hostil ao país em diversas ocasiões. Em março de 2020, o deputado Eduardo Bolsonaro afirmou que "a culpa" pela pandemia era da China e, em abril, o então ministro da Educação, Abraham Weintraub, acusou a China de propositalmente gerar a crise sanitária para se beneficiar economicamente, além de ridicularizar o suposto sotaque chinês ao falar português.

O próprio presidente desdenhou da CoronaVac, imunizante contra a covid-19 produzido pelo Instituto Butantan em parceria com a empresa chinesa Sinovac, chamando-a de "vacina chinesa do Doria", em referência ao governador paulista João Doria (PSDB), com quem antagoniza. E hoje, na prática, o governo federal depende da parceria Sinovac/Butantan, responsável por 8 em cada 10 doses de vacinas autorizadas autorizadas para aplicação no Brasil.

Em novembro, após a derrota de Trump nas urnas, Araújo expressou apoio do Brasil à Aliança Rede Limpa, uma iniciativa da gestão Trump para levar países aliados aos EUA a excluírem de suas redes de telefonia 5G equipamentos de empresas consideradas pouco seguras pelos americanos, como a chinesa Huawei.

Ao comentar o assunto em posts já apagados, Eduardo Bolsonaro endossou Araújo e afirmou se tratar de uma "aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China". Fez também críticas a entidades "agressivas e inimigas da liberdade, a exemplo do Partido Comunista Chinês".

A embaixada da China no Brasil, que já vinha repudiando declarações de representantes brasileiros, subiu o tom e ameaçou o país com "consequências negativas" caso Eduardo Bolsonaro e "outras personalidades" não abandonassem "declarações infames que, além de desrespeitarem os fatos da cooperação sino-brasileira e do mútuo benefício que ela propicia, solapam a atmosfera amistosa entre os dois países e prejudicam a imagem do Brasil."

O Itamaraty respondeu que "o tom e conteúdo ofensivo e desrespeitoso da (nota) prejudica a imagem da China junto à opinião pública brasileira". Afirmou ainda que as redes sociais não eram ambiente adequado para troca de mensagens de autoridades dos dois países. Três dias depois, o próprio Araújo insinuou no Twitter que a China estava "tentando controlar o mundo" e que não conseguiria.

As relações estavam nesse pé quando, em meados de janeiro, um carregamento de milhares de litros de Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), fundamental para a fabricação dos imunizantes tanto pelo Butantan como para a Fiocruz, que produzirá a vacina da Oxford/ AstraZeneca, passou vários dias parado no aeroporto de Pequim. No último dia 17, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou que a China "tem colocado barreiras", "não tem dado celeridade" e que "há movimentos fortes no nível diplomático para encontrar onde está essa resistência e resolver o problema".

Em resposta, a representação chinesa em Brasília afirmou não haver qualquer motivação política na questão do envio dos insumos.

O Itamaraty reconhece existirem "etapas burocráticas a serem superadas, e que estão sendo superadas", o que explica por que ainda não foi completamente liberado o carregamento de IFA para a Fiocruz fabricar milhões de vacinas. Do lado da CoronaVac, a atuação de José Mario Antunes, diretor do escritório da InvestSP em Xangai, teria sido importante para garantir o fluxo de remessas da China para o Brasil. O primeiro lote de insumos foi liberado na última segunda-feira.

Diplomatas familiarizados com a negociação na China, no entanto, afirmam que é impossível garantir que os chineses tenham feito algum tipo de retaliação ao Brasil no episódio, mas que diante do impasse burocrático ou comercial o país não tinha canais diretos de diplomacia para desatar o nó.

Dada a falta de interlocução, Bolsonaro pediu um telefonema com o mandatário chinês, Xi Jinping, no último dia 20. Para alguns embaixadores ouvidos pela reportagem, o lance demonstrou mais o desespero do Brasil do que uma possibilidade real de negociação. "Nenhum presidente no mundo atende um telefonema no qual sabe que será pressionado. Por que o Xi Jinping atenderia o Bolsonaro em um momento desses?", explica um embaixador ouvido pela reportagem.

O Planalto convocou a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para acionar seus contatos no agronegócio e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, para sinalizar uma abertura para retomada de conversas sobre 5G com a Huawei.

Prova da mudança no ambiente foi o resultado do relatório de regras para o edital do 5G, apresentado preliminarmente a Faria ainda nesta quinta, 28. Não deve haver nenhuma barreira à participação da empresa chinesa.

Até mesmo o ex-presidente Michel Temer (MDB) entrou em campo e telefonou para o ex-embaixador chinês no Brasil, com quem tinha boa relação pessoal, para pedir ajuda no assunto.

A reportagem perguntou ao Itamaraty se, diante do impasse, haveria mudanças na postura crítica do ministro à China. "Não se trata de reafirmar ou rejeitar iniciativas que são iniciativas importantes, que dizem respeito às liberdades individuais. Essas são questões caras a diversos países, dentre eles o Brasil. O que nós queremos agora é tratar do ponto de vista técnico esse processo de escolha de quem fornece tecnologia 5G Brasil. E isso estará a cargo do Ministério das Comunicações", respondeu o secretário de comunicação do Itamaraty.

Sobre os insultos disparados por Araújo contra a China, ele se recusou a comentá-la diretamente. Afirmou apenas que a relação dos países é repleta de interesses comerciais e que deve haver esforço conjunto para mantê-la em bom nível, já que "quase 35% do que o Brasil exporta vai para a China".

Índia: quebra de patentes e exportação de vacinas

Junto com a China, a Índia é responsável por mais de 70% dos suprimentos médicos importados pelo Brasil. E coube ao indiano Instituto Serum a produção das doses do imunizante da AstraZeneca que o Brasil pretendia importar enquanto não recebia os insumos para fabricar as vacinas em território nacional.

Era, portanto, previsível que o Brasil precisaria do país asiático em um futuro próximo e que, por isso, valeria a pena atuar com cautela diante dos indianos.

Ao contrário disso, no entanto, em outubro, quando a Índia e a África do Sul submeteram aos membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) uma proposta para que fosse permitido aos países suspender patentes e outros instrumentos de propriedade intelectual na produção de terapias para o combate à pandemia de covid-19, o Brasil não apoiou as duas nações que também compõem o BRICS. Contrariando uma posição histórica em prol da quebra das patentes, o Brasil se alinhou às nações ricas, como os EUA, o Japão e a Suíça.

Para tentar remediar a situação, Bolsonaro chegou a enviar uma carta ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, na qual pedia urgência na entrega dos imunizantes ao Brasil.

Havia obstáculos conhecidos, já que a Índia havia afirmado que primeiro distribuiria doses de vacinas para países vizinhos (um gesto para fortalecer sua liderança regional) e que só faria isso depois que começasse seu próprio programa de vacinação, em mais uma das "lições de nacionalismo" que o próprio Araújo exaltou em visita ao país há um ano.

Mas o Planalto, orientado por Araújo, enviou mesmo assim um avião para buscar as vacinas antes do esperado pelas autoridades indianas, movimento que surpreendeu até a própria embaixada brasileira em Nova Délhi. O Itamaraty nega que tenha havido problemas de comunicação entre Araújo e a embaixada brasileira.

O resultado foi que o Airbus A330 do Brasil levou sete dias além do esperado para retornar ao Brasil com duas milhões de doses da vacina da AstraZeneca, apenas depois de a imprensa indiana ter acusado o Brasil de "queimar a largada". Na chegada das doses ao Brasil, Araújo foi pessoalmente ao aeroporto, ao lado do embaixador indiano, para receber as doses e postar uma foto nas redes sociais. Em agradecimento, Bolsonaro esteve nesta terça na festa do Dia da Índia, em Brasília, promovida pela embaixada para celebrar a Constituição que formou a república indiana.

O secretário de comunicação Franco nega que exista qualquer mal-estar na relação entre Brasil e Índia e afirma que as duas milhões de vacinas só foram liberadas pelo esforço pessoal de Araújo e dos funcionários da Embaixada na Índia. "Não se tratou de uma questão política mas sim uma questão de produção industrial e uma questão burocrática.".

As vacinas se tornaram questão central na relação com a Índia
As vacinas se tornaram questão central na relação com a Índia
Foto: EPA / BBC News Brasil

EUA: Carta a Biden e conversa com assessor democrata crítico

Depois de ecoar as acusações sem provas de Donald Trump acerca de uma suposta fraude nas eleições presidenciais americanas de 2020, de afirmar que torcia pela reeleição do republicano e de se tornar o último líder do G-20 a reconhecer a vitória do democrata Joe Biden à Casa Branca, Bolsonaro abortou planos de comparecer à posse do presidente americano.

Ciente de que os democratas terão a questão ambiental como prioridade, e que veem o Brasil como um foco de problemas na área, com o maior desmatamento em 12 anos na Amazônia, o Itamaraty optou por enviar uma carta de princípios e intenções ao novo governo.

A carta de três páginas, escrita quase que integralmente na embaixada brasileira em Washington, marcava uma alteração clara no tom brasileiro em relação aos democratas. O Brasil se disse disposto a cooperar na questão ambiental e na defesa de valores como democracia e segurança na região. E elencou prioridades da gestão de Bolsonaro: o fechamento de um acordo bilateral de livre comércio e o ingresso na OCDE (entidade conhecida como "clube dos países ricos").

O embaixador brasileiro em Washington, Nestor Forster, vem agindo para aumentar a interlocução em temas pouco populares com a gestão Bolsonaro. Ainda em novembro, após a derrota de Trump mas antes da transição de governos, os dois países lançaram uma plataforma de troca bilateral focada exclusivamente em questões climáticas, ambientais e populações nativas, batizado de Diálogo Ambiental. A carta de Bolsonaro a Biden acena com a recém-lançada ferramenta como prova da disposição do Brasil de cooperar.

Forster também recentemente teve um encontro com Juan Gonzalez, apontado por Biden como diretor para o hemisfério ocidental do Conselho Nacional de Segurança. Em outubro, Gonzalez afirmou ao site americano Huff Post que "qualquer pessoa, no Brasil ou em qualquer outro lugar, que pensa que pode promover um relacionamento ambicioso com os EUA enquanto ignora questões importantes como mudança climática, democracia e direitos humanos, claramente não tem ouvido Joe Biden durante a campanha".

Questionado sobre se o Itamaraty havia se colocado em posição difícil ao associar o Brasil a um candidato presidencial derrotado nos EUA, o secretário de comunicação Franco afirmou não ver dificuldades, já que a agenda comum entre os dois países é "muito grande" e o diálogo é "intenso". Mas reconheceu a necessidade de deixar para trás parte do que foi dito e feito nos últimos dois anos. "Nós temos que pensar prospectivamente, o que nós podemos fazer daqui para frente. Deixar de lado o que eventualmente tenha acontecido em determinadas situações, uma ou outra declaração. Isso é passado. Temos que olhar para frente, para o futuro."

Abrindo pontes… em Sergipe

Se a diplomacia brasileira tem buscado novos caminhos para se desvencilhar dos problemas com aliados nos últimos dois anos, é incerto que Araújo possa comandar essa mudança.

"Ernesto tentará fazer o que os diplomatas fazem, mudar de discurso e tocar em frente. Mas é diferente o peso de ser um diplomata e defender certas coisas e o de ser chanceler, o formulador das políticas", afirmou um embaixador que trabalhou com Araújo ao longo da carreira, lembrando que, no passado, o chanceler foi um defensor da política externa Sul-Sul dos governos do PT.

Ao comentar que esperava a saída do chanceler após a eleição para a presidência da Câmara e do Senado, na semana que vem, Mourão apenas ecoou o que se diz nos corredores do Congresso. No Senado, se o candidato governista Rodrigo Pacheco (DEM), franco favorito, se eleger, é provável que a presidência da Comissão de Relações Exteriores passe a ser liderada pela senadora Kátia Abreu.

Abreu, ligada ao movimento ruralista, capitaneou uma expressiva derrota para o Itamaraty em dezembro passado. O Senado rejeitou a indicação do diplomata Fábio Marzano para a delegação brasileira na Organização das Nações Unidas (ONU) em Genebra, depois que Marzano se recusou a responder aos questionamentos de Abreu sobre a possibilidade de impacto das questões ambientais na implementação do acordo comercial firmado entre Mercosul e União Europeia, que patina.

Para membros do Itamaraty, a única possibilidade de demissão seria a pressão conjunta do agronegócio e do Centrão (grupo de políticos que dá sustentação ao governo Bolsonaro no Congresso). Na interpretação tanto daqueles que o apoiam quanto dos que o detratam, o comentário de Mourão, que está com relações rompidas com Bolsonaro, pode aumentar a sobrevida do chanceler, que conta com a simpatia de Eduardo Bolsonaro, além do próprio presidente.

"Ele não vai renunciar. Vai redobrar a aposta na subserviência, e Bolsonaro, por teimosia de mula e necessidade de confrontar todo mundo, vai mantê-lo até quando possível. (O ministro da Educação Abraham) Weintraub só caiu porque ultrapassou certos limites, o que não é o caso do Ernesto, um capacho completo e satisfeito", afirmou o embaixador Paulo Roberto Almeida.

Araújo passou os últimos dias em eventos ao lado do mandatário, protocolo que o presidente costuma adotar quando algum de seus auxiliares começa a ser alvo de especulações sobre demissão, como já aconteceu com o próprio Weintraub. Participou de live, foi citado no Twitter, esteve no almoço com insultos na churrascaria.

Nesta quinta (28/01), foi com Bolsonaro a Propriá (SE) para a inauguração de uma ponte que conecta o Estado a Alagoas. As postagens, na interpretação de seus colegas de casa, são uma forma de demonstrar que possui apoio político e de justificar suas escolhas à frente da pasta.

Uma semana antes, ao citar o patrono da diplomacia brasileira, o Barão do Rio Branco, Araújo afirmou: "O legado do Barão está bem guardado: soberania, segurança, grandeza da nação. Só estamos ameaçando o legado da política terceiromundista, muito "pragmática" em financiar tiranos e facilitar criminosos, obsequiosa ao multilateralismo antinacional, desdenhosa do povo brasileiro".

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