SP deve apostar em PPPs para voltar a ser polo dinâmico, diz Padilha
O ex-ministro de Saúde e candidato ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, afirmou nesta quarta-feira, durante o fórum "Efe Café da Manhã", que o estado deve apostar nas parcerias público-privadas (PPP) para recuperar sua condição de "polo dinâmico" do Brasil.
Padilha defendeu as alianças entre os setores público e privado em áreas como segurança, tecnologia e transporte. Sobre a primeira delas, o ex-ministro disse que esta é uma das principais preocupações dos empresários, e ressaltou que o governo de São Paulo, na gestão do PSDB, não deu um passo à frente para conseguir sanar os problemas por meio de acordos com o setor privado.
Neste sentido, ele lembrou que em Nova York e Chicago, por exemplo, há uma "interação permanente" entre as câmeras de segurança das autoridades e as dos bancos e shoppings.
"As imagens do setor privado são utilizadas pela polícia (de Nova York) para evitar os crimes. Quantas imagens de agências bancárias (em São Paulo) são solicitadas só depois dos crimes?", questionou.
Padilha também insistiu na necessidade de fortalecer esta aliança no setor do transporte, já que, segundo explicou, o metrô de São Paulo apenas tem 75 quilômetros de extensão, contra mais de 200 dos metrôs de Cidade do México e Seul, construídos na mesma época que o da região metropolitana da capital paulista, em 1974.
"Os modelos de parcerias público-privadas são interesantísimos, são fundamentais para expandir rapidamente o metrô", argumentou.
Durante seu discurso, Padilha comentou os desafios com os quais terá que lidar caso o PT vença o pleito de 5 outubro, e considerou que "dobrar o PIB" é o "desafio" que o PT tem "pela frente".
"São Paulo perdeu força na economia do país. O estado está como era nos anos 40, com 32% do PIB nacional, mas já chegou a ser de quase 60% nos anos 70", comparou.
O médico e político lembrou que, "se São Paulo fosse um país, estaria no G20 como a 18ª maior economia do mundo. É o estado que mais atrai investimentos, principalmente espanhóis nos últimos anos, e é o maior produtor brasileiro de etanol, açúcar, laranja e o primeiro em piscicultura".
"(São Paulo) é o gigante que queremos despertar e que deve se recuperar como polo dinâmico do país", destacou.
Participaram do fórum junto com Padilha o vice-presidente do banco Santander Brasil, Marcos Madureira, o presidente da Agência Efe, José Antonio Vera, e o presidente do PT em São Paulo, Emidio Souza.
No primeiro "Efe Café da Manhã", em maio de 2013, a convidada foi a ministra de Fomento da Espanha, Ana Pastor, e no segundo a ex-ministra Marina Silva (PSOL), candidata a vice-presidente na chapa de Eduardo Campos (PSB).
No dia 23 de setembro do ano passado, no Rio de Janeiro, o fórum contou com o senador Lindbergh Farias, presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, como convidado principal. Já em 25 de outubro, em São Paulo, foi a vez do vice-governador paulista e ministro das Micro e Pequenas Empresas, Guilherme Afif Domingos.
Outro café da manhã organizado pela Agência Efe no Brasil teve como convidado o espanhol Juan José Hidalgo, presidente do Grupo Globalia, que apresentou durante o encontro a rota Madri-São Paulo da companhia aérea Air Europa, no fim de 2013, e en março deste ano, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, foi o palestrante de honra.