STF decide manter Weintraub no inquérito das fake news
Habeas corpus do ministro foi julgado na noite de segunda-feira, mas maioria na Corte decidiu a favor de sua permanência na investigação
A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por rejeitar, nesta segunda-feira, 15, o habeas corpus apresentado pelo ministro da Justiça, André Mendonça, para tentar tirar do inquérito das fake news o ministro da Educação, Abraham Weintraub.
Além das ministras Rosa Weber e Cármen Lúcia, os ministros Celso de Mello, Dias Toffoli e Gilmar Mendes escolheram a manutenção de Weintraub no inquérito, assim como o relator, Edson Fachin, formando maioria entre os 11 ministros da Corte.
Ainda faltam votar os ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Luís Roberto Barroso, Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski. O julgamento deve ser finalizado virtualmente na sexta-feira, 19.
Weintraub está envolvido no inquérito das fake news, que averigua sobre a disseminação de informações falsas que circulam na internet e ameaças a membros da Corte, por ter questionado especificamente a atuação do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.
A participação do ministro da Educação se dá pela sua fala durante uma reunião ministerial de 22 de abril, que teve seu conteúdo revelado em 22 de maio, onde ele afirmou que, por ele, "botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF".
O julgamento do STF acontece em um momento delicado para Weintraub, quando aumentam as especulações sobre sua eventual demissão do cargo, depois de ter se envolvido em inúmeras polêmicas e ainda ter marcado presença em um protesto no último final de semana onde apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, em Brasília, se manifestavam contra a Corte.
Em uma entrevista na segunda-feira, Bolsonaro afirmou que Weintraub não foi muito prudente em participar do ato. "Acho que ele não foi muito prudente em participar desta manifestação, apesar de nada de grave ele ter falado ali. Mas não foi um bom recado ali", disse Bolsonaro, em entrevista. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o ministro voltou a se referir como "vagabundos" ao comentar o inconformismo de quem disse pagar imposto e ver corruptos roubarem.
"Por quê? Ele não estava representando o governo, estava representando a si próprio. Então, como tudo que acontece cai no meu colo, mais um problema que estamos tentando solucionar com o senhor Abraham Weintraub", completou Bolsonaro.