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"Sem qualquer prova", diz Haddad sobre ações do MP-SP

Provável candidato a presidente pelo PT afirmou estar surpreso que denúncia surja exatamente no período eleitoral

4 set 2018 - 13h32
(atualizado às 13h40)
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O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) se posicionou nesta terça-feira, 4, por meio de sua assessoria de imprensa, em relação à nova acusação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) contra ele. Segundo Haddad, surpreende que, no período eleitoral, uma narrativa, "sem qualquer prova", fundamente três ações propostas pelo MP-SP.

Provável candidato a presidente da República pelo PT, Haddad foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e quadrilha. A acusação da Promotoria é um novo desdobramento da investigação envolvendo a UTC Engenharia, de Ricardo Pessoa, que teria pago uma dívida de R$ 2,6 milhões da campanha de 2012 à Prefeitura com recursos de caixa 2.

Cotado para assumir a candidatura do PT à Presidência, Fernando Haddad visitou, nesta segunda-feira (3) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na sede da Polícia Federal (PF), em Curitiba (PR), pela quinta vez nos últimos 20 dias.
Cotado para assumir a candidatura do PT à Presidência, Fernando Haddad visitou, nesta segunda-feira (3) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na sede da Polícia Federal (PF), em Curitiba (PR), pela quinta vez nos últimos 20 dias.
Foto: CASSIANO ROSÁRIO/FUTURA PRESS / Estadão Conteúdo

"Surpreende que, no período eleitoral, uma narrativa do empresário Ricardo Pessoa, da UTC, sem qualquer prova, fundamente três ações propostas pelo Ministério Público de São Paulo, contra o ex-prefeito e candidato a vice-presidente da República, Fernando Haddad. É notório que o empresário já teve sua delação rejeitada em quase uma dezena de casos e que ele conta suas histórias de acordo com seus interesses", diz a nota divulgada pela assessoria de imprensa de Haddad. "Também é de conhecimento público que, na condição de prefeito, Fernando Haddad contrariou no segundo mês de seu mandato o principal interesse da UTC de Ricardo Pessoa na cidade: a obra confessadamente superfaturada do túnel da avenida Roberto Marinho."

"Prefeito da cidade de São Paulo, recém-eleito (2013), detendo o poder de, em razão de suas funções, ainda que em perspectiva de hipótese e mesmo que não se concretizasse, qualquer contrapartida para a empresa UTC Empreiteira S.A., solicitou e recebeu indiretamente, vantagem indevida de R$ 2.600.000,00. Depois, agiu por interpostas pessoas de forma a dissimular a natureza, a origem, a localização e a movimentação dos valores provenientes, direta e indiretamente, daquela infração penal", diz trecho da nova denúncia contra o atual candidato a vice-presidente na chapa petista.

Segundo o promotor Marcelo Batlouni Mendroni, "nesse contexto de dissimulação, ocorreu o pagamento, em parcelas, da vantagem indevida no valor de R$ 2.600.000,00; de forma direta em favor do PT e de forma indireta em favor do ex-prefeito da cidade de São Paulo Fernando Haddad, que foi o beneficiário final dos pagamentos e quem, exercendo o cargo de prefeito, e em razão desta função, detinha domínio a respeito de fatos que poderiam resultar em benefícios de contraprestação à Empreiteira UTC Engenharia S.A.".

Além de Haddad e Pessoa, foram denunciados também o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o doleiro Alberto Youssef, o ex-diretor financeiro da UTC Walmir Pinheiro e o ex-deputado estadual pelo PT Francisco Carlos de Souza, o Chicão.

A acusação afirma que gráficas controladas por Chicão "foram utilizadas para o final recebimento de parte da propina de R$ 2.600.000,00; sendo que outra parte foi recebida diretamente por ele, nas dependências da própria empresa UTC Engenharia S.A., em dinheiro em espécie".

O Ministério Público de São Paulo já havia movido uma ação de improbidade contra o ex-prefeito na qual pede a condenação do petista por enriquecimento ilícito.

Na ocasião, a assessoria de Haddad afirmou em nota que demonstrou com documentos que "todo o material gráfico produzido em sua campanha (a prefeito em 2012) foi declarado e que não havia razão para receber qualquer recurso não declarado da UTC".

A reportagem está tentando contato com a defesa dos denunciados. O espaço está aberto para manifestação.

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