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Política

Tabata cita vitória de Bruno Covas para minimizar polarização entre candidatos de Lula e Bolsonaro

Candidata do PSB revelou que nome de Lúcia França foi o mais defendido por ela e que essa eleição é 'marcada por mentiras e descumprimento da lei'

8 ago 2024 - 18h47
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Enquanto o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) contam com a força da polarização expressada no País entre eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a deputada federal Tabata Amaral (PSB) sustenta-se na vitória de Bruno Covas (PSDB) na corrida eleitoral de 2022 para apontar que esse não seria seu maior desafio nas eleições. Segundo ela, o eleitor de São Paulo vai querer discutir os assuntos locais. Em conversa com o Estadão, Tabata fez uma avaliação do momento atual de sua campanha ao cargo mais importante da maior cidade do País.

"Nosso principal desafio não é a polarização", diz ao citar a eleição de Bruno Covas no último pleito municipal. "Ele não era candidato nem do Lula, nem do Bolsonaro. São Paulo é uma cidade que se posiciona mais ao centro". Ela avalia que os paulistanos não estão interessados em saber quem é o candidato de Lula ou de Bolsonaro, espelhando a polarização nacional, mas sim em questões municipais, como 'se vai ter professor na escola' ou se as pessoas vão 'conseguir andar em segurança na rua.'

A campanha da candidata aposta na ideia de que Tabata é uma das postulantes menos conhecidas pelos eleitores nestas eleições. No entanto, com pouco tempo de propaganda eleitoral gratuita em TV e rádio, já que o PSB não fechou aliança com nenhum partido, a estratégia da equipe da deputada será a campanha digital. Seu marqueteiro, Pedro Simões, inclusive, foi contratado por ter "experiência inovadora na área digital de políticos do centro democrático", segundo sua equipe.

De acordo com a última pesquisa Datafolha, divulgada nesta quinta, 8, a candidata do PSB aparecia com 7% das intenções de voto, atrás de Ricardo Nunes (MDB), com 23%, Guilherme Boulos (PSOL), com 22% e José Luiz Datena (PSDB) e Pablo Marçal (PRTB), ambos empatados com 14%.

Em outro levantamento do Datafolha, divulgado em 5 de julho, Tabata aparecia com os mesmos 7% das intenções de voto do eleitorado paulistano, ainda atrás de Nunes, Boulos, Datena e Marçal. A deputada caiu um ponto percentual se compararmos esses resultados com o Datafolha de 31 de maio, quando a candidata apresentava índice de 8%, o que a colocava à frente do ex-coach.

Convenção do PSB, realizada em 27 de julho na quadra da escola de samba Rosas de Ouro, na zona norte da capital paulista, confirmou a candidatura de Tabata Amaral à Prefeitura de São Paulo.
Convenção do PSB, realizada em 27 de julho na quadra da escola de samba Rosas de Ouro, na zona norte da capital paulista, confirmou a candidatura de Tabata Amaral à Prefeitura de São Paulo.
Foto: ALEX SILVA/ESTADAO / Estadão

"As pesquisas estão variando muito e isso é natural. Cada pesquisa tem uma metodologia e a gente está muito distante das eleições ainda". No entanto, ela concorda que precisa 'se apresentar' para o eleitor para ter maiores chances de avançar para o segundo turno. "A série documental vem para responder esse desafio. Quem é a Tabata? A gente, obviamente com recursos limitados, vem tendo dificuldade, sendo sincera, de investir o tanto que a gente gostaria no marketing (desse projeto). Mas sabemos que vamos receber o apoio do partido."

Depois de pouco mais de uma semana da convenção que a oficializou como candidata à Prefeitura de São Paulo pelo PSB, Lúcia França (PSB) foi anunciada como vice da chapa da deputada na segunda-feira, 5. Essa é a quarta chapa "puro-sangue", com integrantes do mesmo partido, anunciada para o pleito deste ano da capital paulista.

A ideia de trazer nomes 'ministeriáveis', como ela chama, para a equipe, divididos em eixos temáticos, foi da própria Tabata. Essa estratégia pode servir como um argumento contra seus adversários (e de parte do eleitorado) que afirmam que ela é muito jovem e que não tem experiência no Executivo - o que, para muitos, seria fundamental para assumir a prefeitura da maior cidade do País. Todos os esforços do partido, segundo ela, estão voltados para sua candidatura. Márcio França (PSB), um dos principais fiadores de sua campanha, também já havia confirmado essa informação anteriormente.

"A professora Lúcia foi o nome que eu mais defendi e fiquei muito feliz que tenha dado certo", revelou a candidata do PSB sobre a esposa de França, agora vice de Tabata. "A escolha da professora mostra que a gente tem time. Experiência conta, mas a clareza que as pessoas vão ter sobre um time que trouxe os melhores nomes, conta mais."

A candidata do PSB argumenta que teria mais capacidade de trabalhar com os outros entes federativos que seu adversário. "Sou a única pessoa que hoje trabalha com Lula e com Tarcísio (de Freitas) (Republicanos)", declarou a candidata do PSB. Para ela, uma das principais provocações que vem fazendo para os outros candidatos é a de que indicação de voto e apoio para governar são duas coisas diferentes. "Eu terei apoio do governo do Estado e do governo Federal. Sei fazer pontes, sei focar no que nos une", afirma. Ela reforça o compromisso já assumido em sua campanha de ser prefeita por oito anos e que, para isso, terá que trabalhar com quem concorda e com quem discorda.

Na visão dela, essa já é uma eleição bastante judicializada. "Essa vem sendo uma eleição marcada por mentiras e por descumprimentos da lei. Marçal financiando de forma completamente ilegal a divulgação de ataques a adversários por outros perfis. Sobre o Nunes, essa última está longe de ser a primeira ação que eu protocolei contra ele. Um uso abusivo da máquina, várias ilegalidades."

Tabata se refere à ação do diretório paulistano do PSB protocolada na Justiça Eleitoral nesta segunda contra o prefeito Ricardo Nunes por propaganda antecipada durante a convenção que oficializou o emedebista como candidato à reeleição. A sigla de Tabata defende que Nunes praticou propaganda antecipada ao fazer "ostensivo uso" de um adesivo colado ao seu peito durante o evento com uma montagem com o rosto do mandatário, o slogan da campanha e o número eleitoral do MDB.

"A gente está fazendo a nossa parte com uma campanha limpa. Os outros infelizmente não estão, por isso estão sendo acionados os meios necessários", completa a candidata.

Tabata já se recusou, em diversas entrevistas, a responder sobre quem ela apoiaria em um eventual segundo turno em que não estive mais na disputa. Já trabalhando com a hipótese de que sua candidatura não se encerrará no primeiro turno, ela declara: "quando eu estiver no segundo turno, vou atrás dos apoios."

A candidata do PSB afirmou, também nesta segunda-feira, 5, durante participação no podcast O Assunto, que aprendeu em Brasília que traições são comuns, referindo-se à confirmação da candidatura de José Luiz Datena pelo PSDB. "Tem duas coisas que eu aprendi em casa e também aprendi no Congresso Nacional. A primeira delas é que você ser correto, ter palavra, ser honesto, nunca vai ser uma opção ruim. Então, jamais vou me arrepender de ter sido correta nessa história, por mais que os demais não tenham sido comigo. Do outro lado, aprendi em Brasília que traições são comuns, que as pessoas dão a palavra e a palavra é jogada ao vento", disse.

Estadão
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