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Política

"Talvez tenha pego 20 vezes", diz Bolsonaro sobre covid-19

"Apesar de estar no grupo de risco, eu sou o comandante da nação, tenho que estar no meio do povo", disse o presidente

3 jun 2020 - 14h37
(atualizado às 14h43)
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Após ter sido forçado pelo Justiça a apresentar os resultados negativos de exames para covid-19, em ação apresentada pelo Estadão, o presidente Jair Bolsonaro disse na noite de terça-feira, 2, que "talvez" já tenha pegado "20 vezes" a doença. Bolsonaro admitiu que está mais exposto por participar frequentemente de manifestações e que muitos serão contaminados. No Brasil, já são mais de 550 mil diagnosticados com o vírus e cerca de 30 mil mortos.

Presidente Jair Bolsonaro em Brasília
13/05/2020 REUTERS/Adriano Machado
Presidente Jair Bolsonaro em Brasília 13/05/2020 REUTERS/Adriano Machado
Foto: Reuters

"Apesar de estar no grupo de risco, eu sou o comandante da nação, tenho que estar no meio do povo. E ando no meio do povo. Eu já peguei 20 vezes este vírus, talvez, ou o vírus não quer papo comigo. É uma realidade. Vai contaminar muita gente. Parece que o time do Vasco tem um montão de cara com vírus lá. Vai pegar, e a grande maioria nem vai saber que pegou. Talvez é o meu caso. Assintomático", disse na saída do Palácio da Alvorada.

Contrário ao isolamento social, recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como principal forma de contenção do novo coronavírus, Bolsonaro disse que lamenta as mortes decorrentes da doença, mas que "se tivesse dado atenção à questão do emprego, (a situação) estaria diferente hoje em dia".

"A gente lamenta os mortos. O pessoal sempre acha que eu estou ignorando. Lamento os mortos. Qualquer morto. Quem não perdeu familiar aí na vida? Mas, se tivesse dado atenção à questão do emprego, estaria diferente hoje em dia", disse Bolsonaro.

Bolsonaro também criticou a divulgação de conteúdo sobre o tema, pois considera que gera pânico à população. "O vírus é uma coisa que vai pegar em todo mundo. Não precisava ter, grande parte da imprensa, criado este estado de pânico junto à população", afirmou.

Estadão
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