Tarcísio de Freitas diz que PM que atira pelas costas ou joga uma pessoa da ponte 'não está à altura de usar essa farda'
Governador de São Paulo informou que casos serão investigados e 'rigorosamente punidos'
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, afirmou nesta terça-feira, 3, que o policial militar que "atira pelas costas" ou "joga uma pessoa da ponte" é um profissional que não está "à altura de usar essa farda". O governador se refere ao jovem de 26 anos que foi morto com 11 tiros em um mercado na Zona de Sul de São Paulo, e ao PM que atirou um homem de uma ponte também na Zona Sul da capital.
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De acordo com Tarcísio, os casos serão investigados e "rigorosamente punidos". "A Polícia Militar de São Paulo é uma instituição que preza, acima de tudo, pelo seu profissionalismo na hora de proteger as pessoas. Policial está na rua pra enfrentar o crime e pra fazer com que as pessoas se sintam seguras", escreveu o governador em seu perfil no X (antigo Twitter).
A Polícia Militar de São Paulo é uma instituição que preza, acima de tudo, pelo seu profissionalismo na hora de proteger as pessoas. Policial está na rua pra enfrentar o crime e pra fazer com que as pessoas se sintam seguras. Aquele que atira pelas costas, aquele que chega ao…
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) December 3, 2024
O governador completou seu posicionamento declarando que "aquele que atira pelas costas, aquele que chega ao absurdo de jogar uma pessoa da ponte, evidentemente não está à altura de usar essa farda". Segundo ele, outras providências devem ser tomadas em breve em relação aos casos citados acima.
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, classificou a ação dos policiais como "lamentável" e afirmou que os profissionais foram afastados de suas funções.
"Essa ação não encontra respaldo nenhum nos procedimentos operacionais da Polícia Militar. Eu determinei o comando da Polícia Militar o afastamento imediato de todos os policiais envolvidos nessa ação", disse. "Não vamos tolerar nenhum tipo de desvio de conduta de nenhum policial no Estado de São Paulo", ressaltou.
Determinei o afastamento imediato dos policiais envolvidos nessa cena lamentável. A missão da Polícia Militar difere em muito desse tipo de atitude. Eles passam a cumprir expediente na Corregedoria da PM até que os fatos sejam apurados. pic.twitter.com/BkxeUXM3tR
— Guilherme Derrite (@DerriteSP) December 3, 2024
Entenda os casos
Gabriel Renan da Silva Soares, de 26 anos, foi morto com 11 tiros nas costas pelo policial militar Vinicius de Lima Britto, de 24 anos, no dia 3 de novembro. Imagens mostram Gabriel tentando fugir de um estabelecimento com produtos de limpeza na mão.
Em seguida, ele é alvejado pelo PM, que estava de folga e fazia compras no local. Antes da repercussão do vídeo, Vinicius alegou legítima defesa. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) de São Paulo afirmou que ele foi afastado e que o caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
A outra ação policial citada pelo governador ocorreu durante a madruga de segunda-feira, 2, na Zona Sul de São Paulo. Um vídeo flagrou um policial militar jogando um homem de uma ponte durante uma ação.
Nas imagens, três PMs estão em uma ponte no bairro Cidade Ademar, quando um quarto policial aparece trazendo um homem, que aparenta já estar contido pela abordagem dos profissionais. Em seguida, o policial pega o homem no colo e o joga pela ponte.
Ao Terra, a SSP não respondeu sobre quem é a pessoa arremessada pelo agente e se há informações de que está viva ou não. A secretaria limitou-se a dizer que a PM repudia veementemente a conduta ilegal adota pelos agentes públicos no vídeo apresentado.