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Política

Tarcísio diz que Bolsonaro tem 'apreço' por Nunes e deseja frente ampla para eleição em SP

Governador avaliou que cenário eleitoral, liderado por Guilherme Boulos, deve levar eleitores bolsonaristas a embarcarem na tentativa de reeleição do prefeito

22 jan 2024 - 16h51
(atualizado às 17h12)
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O prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em reunião de trabalho para montar parcerias
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em reunião de trabalho para montar parcerias
Foto: Governo do Estado de SP/Divulgação / Estadão

O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse nesta segunda-feira, 22, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem grande apreço pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), e que vai apoiá-lo na tentativa de reeleição em outubro.

Bolsonaro ainda não declarou publicamente apoio a Nunes, mas tanto o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, quanto o próprio Tarcísio indicaram que ele apoiará o prefeito. No ano passado, o ex-presidente chegou a estimular a candidatura do deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), seu ex-ministro do Meio Ambiente, na capital paulista.

Em um evento para entrega de unidades habitacionais, Tarcísio disse que Nunes demonstra alinhamento com o governo estadual e que isso está sendo transmitido a Bolsonaro. Segundo o governador, há uma questão de "viabilidade eleitoral". Um dos argumentos utilizados pelo prefeito para conseguir o apoio dos bolsonaristas é que é necessário ter uma candidatura única de centro-direita para impedir que a esquerda assuma a Prefeitura da maior cidade do País com o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP).

"Isso com certeza vai ser decisivo para esses eleitores do presidente embarcarem nessa frente ampla. Então, a gente está bastante tranquilo em relação a isso", disse Tarcísio, em entrevista ao lado do prefeito. "O presidente sempre teve apreço pelo Ricardo, sempre teve uma boa relação com o Ricardo e eu acho que está entendendo bastante o cenário eleitoral e as várias possibilidades", continuou.

Nunes tem dito que a escolha de seu vice passará pelo crivo de Bolsonaro e de Tarcísio. Um dos cotados é Ricardo Nascimento de Mello Araújo, coronel da reserva da Polícia Militar que foi diretor da Ceagesp na gestão Bolsonaro e comandante da Rota entre 2017 e 2019.

O prefeito declarou que a relação dele com Bolsonaro é "muito boa" e que o ex-presidente sempre demonstra simpatia por ele. "Vamos colocar para as pessoas que o melhor para a cidade é vencer a extrema esquerda, uma pessoa que não tem experiência, extremamente agressivo e que a vida inteira só fez desordem", disse Nunes.

Governador quer frente ampla em torno de Nunes

Segundo Tarcísio, o objetivo é construir uma frente ampla para a candidatura de Ricardo Nunes em São Paulo. Além do PL e do Republicanos, a articulação já tem o apoio de PSD, PP e Solidariedade. A retórica é similar a de Boulos, que afirma também querer construir uma frente ampla, mas para derrotar o bolsonarismo em São Paulo.

O PSDB, um dos partidos que pode apoiar a reeleição do prefeito, está rachado entre Nunes ou o lançamento de um candidato próprio. Vice-presidente da Câmara Municipal, João Jorge (PSDB-SP) anunciou que está de saída do partido. Assim como outros vereadores da legenda, ele apoiará Ricardo Nunes. Já o presidente municipal do PSDB, Orlando Faria, renunciou ao cargo em meio à indefinição. Ele é crítico da atuação do prefeito, do qual já foi secretário.

Na avaliação de Nunes, a divisão é fruto de disputas internas pelo comando do PSDB em São Paulo, o que, na visão do prefeito, atrapalha a formação da chapa do partido. "Da minha parte, o que eu puder fazer para ajudar e manter os vereadores no PSDB para fortalecer a chapa, eu vou fazer", disse o prefeito nesta segunda-feira, ao deixar um evento no qual recebeu apoio da Força Sindical.

Pesquisa AtlasIntel, realizada entre os dias 25 e 30 de dezembro, coloca Guilherme Boulos na liderança da corrida eleitoral em São Paulo, com 29,5% dos votos. Nunes aparece em segundo, com 18%, seguido de Ricardo Salles, com 17,6%. A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) figura em quarto, com 6,2%, e o deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), em quinto com 5,3%. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos.

Estadão
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