Tarcísio e Marçal em alta, Lula e Bolsonaro em baixa: veja quem sobe e quem desce após as eleições
Resultados de 2024 indicaram possíveis cenários para 2026, com destaque para o fortalecimento dos partidos do Centrão, especialmente o PSD de Kassab; disputa enfraqueceu partidos de esquerda e figuras tradicionais
As eleições de 2024 revelaram mais do que apenas os prefeitos e vereadores que estarão no comando dos municípios brasileiros nos próximos quatro anos; os resultados também deram indicativos para 2026, fortalecendo partidos do Centrão, especialmente o PSD, que conquistou o maior número de prefeituras do País, além de nomes como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-coach Pablo Marçal (PRTB).
Em contrapartida, a disputa municipal enfraqueceu siglas como o PSDB e partidos de esquerda, que tiveram um desempenho eleitoral aquém do esperado. A polarização representada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também perdeu força neste pleito.
O cientista político destaca o PSD, vitorioso em 887 municípios, o que fortalece ainda mais a sigla e a consolida para futuras articulações, com potencial para ocupar uma posição semelhante à historicamente desempenhada pelo MDB — um partido capaz de dialogar com diferentes grupos e integrar tendências tanto à esquerda quanto à direita. O comandante da sigla, Gilberto Kassab, surge também como um dos grandes vencedores destas eleições.
No campo da esquerda, o cientista político Antonio Lavareda destaca nomes como Eduardo Paes (PSD), reeleito no primeiro turno e consolidado como um forte candidato ao governo do Rio de Janeiro em 2026, além de João Campos (PSB), igualmente reeleito em Recife, também sem a necessidade de segundo turno.
Lula, Bolsonaro, partidos de esquerda e a polarização como principais perdedores
Na avaliação de Lavareda, a reticência de Bolsonaro em declarar apoio a Nunes em São Paulo fez com que o ex-presidente perdesse parte de sua liderança no campo da direita, apesar do bom desempenho do PL nas eleições municipais. Da mesma forma, o apoio de Lula não se traduziu em vitórias expressivas em várias cidades-chave, como São Paulo, onde a chapa Guilherme Boulos (PSOL) e Marta Suplicy (PT) não saiu vitoriosa.
O cientista político também observa que a polarização entre Lula e Bolsonaro, que parecia se intensificar nas eleições municipais, foi a grande derrotada, dando espaço ao fortalecimento dos partidos do Centrão.
Os partidos de esquerda, por sua vez, saíram igualmente enfraquecidos, perdendo espaço no Ceará (apesar da vitória apertada do petista Evandro Leitão em Fortaleza) e em várias capitais, além de enfrentarem dificuldades nas periferias e em redutos tradicionais. Para Lavareda, após as eleições, as legendas que compõem esse campo político precisam rever sua comunicação para alcançar grupos que poderiam ser aliados, mas que se afastam por não se identificarem com todas as pautas mais tradicionais da esquerda brasileira.