Tarcísio troca nome de festival e fala em 'Rock in Rio' em SP ao citar parceria com a Prefeitura
Governador se corrige na sequência e afirma que se referia ao Lollapalooza, que ocorre em março na cidade
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) citou por engano o festival "Rock in Rio" em coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 5, ao falar sobre futuras parcerias em eventos com a Prefeitura de São Paulo. Ele esteve reunido com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), para projetos realizados em conjunto, como as ações previstas para a cracolândia.
"(Falamos sobre) Cooperação que precisa ter para que o início do ano letivo até a cooperação para grandes eventos como Rock in Rio, Fórmula 1", disse. O governador, que é nascido no Rio, se corrigiu na sequência informando se tratar do festival Lollapalooza, que ocorre em março em São Paulo.
Na entrevista, o governador minimizou uma declaração do secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, feita nesta quarta-feira, 5, em que o chefe da pasta se disse favorável à revisão do uso das câmeras corporais por policiais no Estado, desde que "cientificamente comprovada".
Em entrevista à rádio Cruzeiro, de Sorocaba, Derrite disse que pretende estudar modificações no programa. "O que existe de bom vai permanecer e o que não está sendo bom, e que pode ser cientificamente comprovado, a gente vai propor possíveis alterações", afirmou.
Tarcísio disse que "neste primeiro momento nada muda", mas defendeu que "não existe desalinhamento" com Derrite. "A gente está falando a mesma coisa", argumentou.
"A gente vai tocar o projeto, tem gerado repercussões positivas, tem trazido concepção de segurança para segmentos mais vulneráveis dentro da sociedade, não vamos alterar nada. Ao longo do tempo vamos observar e reavaliar. Vou rever todas as políticas públicas dentro de uma lógica de eficiência."
O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania do governo de Luiz Inácio Lula da Silva chegou a emitir uma nota em que se disse preocupado" com a declaração de Derrite.
"O sucesso dessa política demonstrado pela ciência faz com que ela não apenas tenha que ser reforçada e ampliada nas regiões em que é aplicada, mas também que seja estendida a todas as unidades da federação", completou. Questionado sobre a nota do ministério, Tarcísio disse que o governo não vai fazer "nada que coloque em risco a vida das pessoas".
Como mostrou o Estadão, o uso do equipamento por policiais em São Paulo aumentou a efetividade da PM no combate aos agressores de mulheres, além de tornar mais difícil a vida de outros criminosos. Um estudo do Centro de Ciência Aplicada em Segurança Pública da Fundação Getulio Vargas (FGV) concluiu que o programa provocou um aumento de 24% do número de apreensões de armas e de 102% dos registros de casos de violência doméstica, além de crescimento de 78% dos casos de porte de drogas. Já as mortes decorrentes de intervenção policial caíram em 57% em relação à média do período anterior às câmeras.
Tarcísio foi um defensor do fim das câmeras corporais usadas pelos policiais, mas revisou o discurso ao longo do segundo turno da campanha, quando afirmou que faria um estudo para avaliar a efetividade da política.
Cracolândia
Sobre a cracolândia, Tarcísio argumentou que vai convidar diversos órgãos e entidades para tratar da questão, em um esforço conjunto com governo do Estado, prefeitura, Ministério Público, Tribunal de Contas e o Conselho Regional de Medicina.
O projeto será coordenado pelo vice-governador Felicio Ramuth e o secretário de governo da capital Edson Aparecido e vai contar com apoio de entidades religiosas. "Trabalhar com essas entidades vai ser fundamental. Você não tira ninguém da rua se você não conseguir conquistar essa pessoa, tem que estar convencida de que ela precisa se tratar", disse Tarcísio, que defendeu políticas como reinserção mercado de trabalho, tratamento dos dependentes químicos, aumento da oferta de moradia e revitalização do centro.