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Política

Temer compara violência de manifestantes a 'terrorismo'

11 fev 2014 - 15h56
(atualizado às 16h17)
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O vice-presidente Michel Temer (PMDB) comparou nesta terça-feira os atos violentos de manifestantes em protestos no País, como o que provocou a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Andrade, no Rio de Janeiro, a "terrorismo". Em Indaiatuba (SP), onde esteve hoje para a inauguração de uma indústria, Temer pediu punição para quem praticar agressões e depredações, e condenou grupos relacionados aos distúrbios.

"Acho que há um certo terrorismo nestas organizações. A Constituição garante o livre direito à manifestação, mas não à depredação. Isso é crime e tem que ser considerado como crime. Para mim, são grupos criminosos", afirmou Temer. "Toda manifestação é legítima, o que é ilegítimo é o uso da violência. O uso da violência, como aconteceu nesse caso (da morte do cinegrafista), acaba desestimando movimentos que muitas vezes são legítimos", disse.

Um homem está detido e outro foragido sob acusações de terem acionado e disparado o rojão que explodiu na cabeça de Andrade, durante um protesto na última quinta-feira contra o aumento da passagem de ônibus municipal no Rio, do qual também participavam os chamados "black blocs".

"Este infeliz que causou a morte de um cinegrafista da TV Bandeirantes já está sendo identificado, naturalmente, e vai sofrer as consequências da lei", frisou o vice-presidente. Segundo Temer, as manifestações só devem ser reprimidas se forem violentas, com uma resposta "da mesma natureza, não violenta, mas não se trata atos criminosos com rosas na mão".

Atingido em protesto, cinegrafista tem morte cerebral
Santiago foi atingido na cabeça por um rojão durante a cobertura de um protesto contra o aumento das passagens de ônibus no Centro do Rio de Janeiro, no dia 6 de fevereiro. Além dele, outras seis pessoas ficaram feridas na mesma manifestação.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, o cinegrafista chegou em coma ao hospital municipal Souza Aguiar. Ele sofreu afundamento do crânio, perdeu parte da orelha esquerda e passou por cirurgia no setor de neurologia. A morte encefálica foi informada pela secretaria no início da tarde de 10 de fevereiro, após ser diagnosticada pela equipe de neurocirurgia do hospital onde ele estava internado no Centro de Terapia Intensiva.

Para delegado que investiga morte de cinegrafista, houve intenção de matar:

O tatuador Fábio Raposo confessou à polícia ter participado da explosão do rojão que atingiu Santiago. Ele foi preso na manhã de domingo em cumprimento a um mandado de prisão temporária expedido pela Justiça. O delegado Maurício Luciano, titular da 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão) e responsável pelas investigações, disse que Fábio já foi indiciado por tentativa de homicídio qualificado e crime de explosão e que a pena pode chegar a 35 anos de reclusão.

Raposo ajudou a polícia a reconhecer um segundo responsável pelo disparo do artefato que causou a morte do cinegrafista. O tatuador, preso no Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro, afirmou, de acordo com o relato do delegado, que “eles se encontravam em manifestações" e que "esse rapaz tem perfil violento”.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou, na manhã do dia 11, uma foto do suspeito de ter acendido o rojão que atingiu Santiago Andrade. Caio Silva de Souza, 23 anos, é considerado foragido e tem duas passagens pela polícia. Fábio Raposo, que passou o rojão, reconheceu o autor do disparo a partir da imagem leava pelo delegado. Ele está sendo procurado por homicídio doloso qualificado – quando há intenção de matar – por uso de artefato explosivo e pelo crime de explosão.

EFE   
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