Temer: Mercosul segue vigilante sobre crise na Venezuela
Presidente anunciou que irá a Roraima, onde está a maior parte dos venezuelanos que imigraram para o Brasil
O presidente Michel Temer disse nesta segunda-feira (18) que o Mercosul segue vigilante sobre a crise venezuelana, e o momento não permite hesitações.
"Nós temos dever de fidelidade aos valores essenciais de nossos povos: democracia, liberdades fundamentais, direitos humanos", disse Temer em reunião do Mercosul, em Assunção.
"Não foi por outra razão que nós aplicamos o protocolo de Ushuaia diante, lamentamos dizer, de uma certa ruptura existente na ordem democrática da Venezuela. E nós continuamos vigilantes frente a eventual deterioração humanística, digamos assim, no quadro daquele país."
A Venezuela vive grave crise político-econômica e milhares de venezuelanos têm deixado o país em direção a seus vizinhos, como o Brasil.
"Portanto, um povo irmão da América do Sul atravessa um momento preocupante e, portanto, não há espaço para hesitações", acrescentou Temer.
O presidente aproveitou para dizer que irá a Roraima na terça-feira (19), onde se concentra a grande maioria dos venezuelanos que migraram para o Brasil nos últimos meses.
União Europeia
Em seu discurso, Temer defendeu ainda a abertura comercial do Mercosul --bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela, que está suspensa-- e a importância das negociações com a União Europeia.
"Eu acho que nós, durante muito tempo, trabalhamos para este acordo com a União Europeia. Penso, entretanto, que nós incentivamos e acentuamos muito mais as nossas negociações nesses últimos anos. Não é sem razão que as negociações com a União Europeia avançaram enormemente nesses últimos tempos", disse.
"Nós sabemos que na atividade político-econômica nem tudo se resolve de um dia para o outro, de um ano para o outro", acrescentou. "Nós não devemos abandonar a ideia desta aliança... porque, na premissa que levantei, segundo a qual o nosso trabalho há de ser um trabalho cada vez mais de abertura para o mundo, fechar essa porta agora significa impedir o caminho das negociações que nestes últimos tempos, com todos os naturais embarassos, tem tido razoável sucesso."