'Tentaram corromper a PRF para pobre não votar', diz Lula após prisão de Silvinei Vasques
Ex-diretor da corporação é suspeito de usar máquina pública para interferir no resultado da eleição de 2022
Um dia após a Polícia Federal prender o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou na manhã desta quinta-feira, 10, que "tentaram corromper a PRF para não deixar pobre votar".
"Tentaram corromper a PRF para não deixar pobre votar. Eles não contavam que Deus era maior que tudo isso, não contaram que íamos ganhar a eleição", afirmou Lula em uma cerimônia de anúncio de investimento no Rio de Janeiro.
Alvo da Operação Constituição Cidadã, Silvinei é suspeito de usar a máquina pública para interferir no segundo turno de 2022. As investigação apuram se ele orientou a PRF para concentrar fiscalizações em regiões que votaram majoritariamente em Lula no primeiro turno. O objetivo seria impedir que eleitores chegassem aos locais de votação.
Silvinei é aliado do ex-presidente Bolsonaro. Como mostrou a Coluna do Estadão, a PF vai oferecer delação premiada ao ex-diretor da PRF.
O petista cumpre uma série de compromissos na capital fluminense até sexta-feira, 11, entre eles o lançamento do Novo PAC, a maior aposta do governo federal em investimentos no segundo semestre deste ano.
De acordo com a prefeitura do Rio, estão previstas as construções de dois túneis, um mergulhão, viadutos, vias expressas e um anel viário em Campo Grande, o bairro mais populoso do País, com cerca de 400 mil moradores. O projeto inclui ainda uma ciclovia de dois quilômetros.
As obras devem contar com o aporte de R$ 1,8 bilhão para recuperar o sistema BRT na cidade e outros R$ 820 milhões para a construção do anel viário.
Os recursos foram obtidos a partir de operações de crédito com o Banco do Brasil, no valor de R$ 1,2 bilhão, e com a Caixa Econômica Federal, de R$ 645 milhões. A previsão é que o BRT opere plenamente com seus quatro corredores com 100% dos ônibus em 2024.
Participaram do evento o governador do Rio, Cláudio Castro (União Brasil), do prefeito Eduardo Paes (PSD), dos ministros Jader Filho (Cidades), Nísia Trindade (Saúde), Anielle Franco (Igualdade racial) e Márcio Macedo. Durante a cerimônia, Lula saiu em defesa de Castro, que foi vaiado por apoiadores do presidente. "A eleição acabou", disse o petista.
Os presidente Aloísio Mercadante (BNDES), Maria Rita Serrano (Caixa) e Marcelo Freixo (Embratur) também compareceram à cerimônia, além de deputados federais, estaduais e vereadores aliados.