Texto do PSB-Rede critica 'loteamento de cargos' no governo federal
Aliança de Eduardo Campos e Marina Silva divulgou diretrizes para programa de governo em evento na Câmara dos Deputados
A aliança PSB-Rede lançou nesta terça-feira, na Câmara dos Deputados, as diretrizes para o programa de governo da coligação nas eleições presidenciais deste ano. Sustentado em cinco eixos, o texto - que será apresentado na presença do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e a ex-senadora Marina Silva - critica o "loteamento de cargos" no governo federal e defende o aperfeiçoamento das políticas da estabilidade da economia e inclusão social.
Na chegada ao evento, Eduardo e Marina foram aplaudidos de pé por companheiros de partido. O governador de Pernambuco foi recebido aos gritos de “Brasil, pra frente, Eduardo presidente”. Acompanharam a cerimônia representantes de outros partidos, como presidente nacional do PPS, Roberto Freire, partido que conversa com a aliança.
"O modelo esgotou-se a olhos vistos, mas as forças políticas que o operam esforçam-se para mantê-lo, negociando pedaços do Estado e entregando-os ao atraso para se manterem no poder. Esse retrocesso expressa-se na deterioração dos serviços públicos essenciais, na corrupção e na ineficiência da gestão, na escolha errática e desconexa de prioridades, na degradação do patrimônio ambiental, na incapacidade de planejar o crescimento das cidades, na violência crescente e no uso intensivo dos orçamentos e instituições públicas como máquinas de propaganda pessoal e partidária dos governantes", diz a introdução do texto lançado hoje.
Marina Silva se filiou ao PSB de Eduardo Campos em outubro do ano passado, depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) rejeitou o pedido da criação da Rede Sustentabilidade, partido fundado pela ex-senadora. Campos é pré-candidato ao Palácio do Planalto, mas ainda não há definição sobre se a ex-ministra do governo Lula vai concorrer na chapa como vice.
As diretrizes são divididas em cinco "eixos". O primeiro, chamado "Estado e a democracia de alta intensidade", fala da reforma política, da reforma da administração pública e do novo federalismo, política de descentralização de receitas nos Estados, defendida por Eduardo Campos. O texto defende uma mudança na legislação que contemple candidaturas avulsas, uma revisão no financiamento de campanhas e o incentivo aos plebiscitos.
No segundo eixo, que trata da "Economia para o desenvolvimento sustentável", o texto critica a perda de competitividade e do ritmo da evolução dos indicadores sociais. "Temos uma economia pujante, que se dissipa no emaranhado burocrático, e uma grande disponibilidade de recursos naturais, que é dilapidada pela ausência de políticas que incentivem seu uso sustentável", afirmam as diretrizes da aliança.
Os outros três eixos são: Educação, cultura e inovação; políticas sociais e qualidade de vida; novo urbanismo e pacto pela vida.