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Política

Tumulto e brigas em plenário suspendem sessão do Congresso

Sessão do Congresso Nacional foi marcada para analisar vetos e votar projeto que altera meta fiscal

2 dez 2014 - 20h58
(atualizado às 22h25)
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<p>Sessão destinada à leitura de expedientes e apreciação dos Vetos Presidenciais acabou em confusão</p>
Sessão destinada à leitura de expedientes e apreciação dos Vetos Presidenciais acabou em confusão
Foto: Gustavo Lima / Câmara dos Deputados

Um tumulto envolvendo empurra-empurra de manifestantes, deputados e seguranças suspendeu na noite desta terça-feira a sessão do Congresso para analisar vetos presidenciais e votar o projeto que altera a meta fiscal. A confusão começou quando o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), mandou a polícia do Senado esvaziar as galerias do plenário, e deputados da oposição subiram para dar apoio aos manifestantes. 

A decisão de esvaziar as galerias ocorreu quando a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) discursava no plenário da Congresso quando a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) disse ter ouvido os manifestantes chamar a colega de partido de “vagabunda”. Segundo manifestantes, o grito era, na verdade, “vai pra Cuba”.

<p>A confusão começou quando o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), mandou a polícia do Senado esvaziar as galerias</p>
A confusão começou quando o presidente do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), mandou a polícia do Senado esvaziar as galerias
Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados

Deputados da oposição subiram às galerias, espaço destinado para a população acompanhar as sessões, e tentaram evitar a retirada dos manifestantes. Os deputados Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP) e Onyx Lorenzoni (DEM-RS) chegaram a empurrar seguranças na confusão. O parlamentar gaúcho disse ter visto um dos seguranças dar "uma gravata" em uma idosa.

Ruth Gomes de Sá, 79 anos, relatou ter sido arrastada por um dos policiais legislativos. "Eu coloquei o dedo na cara dele, aí eu tomei uma grava e ele me segurou pela cintura e saiu arrastando", contou. Resistente a deixar as galerias do plenário, o professor Alexandre Ângelo Seltz, 27 anos, recebeu um choque na não de um dos policiais enquanto estava sentado em uma das cadeiras. 

Enquanto a briga prosseguia nas galerias, deputados discutiam no plenário. "Seu m****", gritou o deputado Amaury Teixeira (PT-BA) para o líder da minoria na Câmara, Domingos Sávio (PSDB-MG). 

<p>Seguranças tentaram controlar deputados e manifestantes</p>
Seguranças tentaram controlar deputados e manifestantes
Foto: Gustavo Lima / Câmara dos Deputados

Chamado de "ditador" pelos manifestantes, Renan deu cinco minutos para os policiais legislativos retirarem as pessoas, mas a confusão durou cerca de uma hora. Com a resistência apoiada por oposicionistas, a sessão ficou suspensa até amanhã, às 10h. "Essa obstrução é única no Parlamento. Vinte e seis pessoas presumidamente assalariadas impedindo os trabalhos do Congresso Nacional", disse Renan. 

Para votar o projeto que muda a meta fiscal, o Congresso precisava analisar dois vetos que trancam a pauta. Renan Calheiros não chegou a responder a uma questão de ordem da oposição que pedia a votação do projeto apenas após a contagem das cédulas da análise dos vetos.

Deputado convocou população

O deputado federal Izalci (PSDB-DF) disse ter convocado, em um vídeo no Facebook, a população para se manifestar contra o projeto que permite ao governo economizar menos para pagar juros da dívida pública. Vários manifestantes não conseguiram acessar o plenário, segundo os oposicionistas. 

O senador Aécio Neves (PSDB-MG), que não chegou a se envolver na confusão, disse que foi um erro não permitir a participação popular. "Acho que o grave equívoco foi não permitir que as pessoas pudessem participar, como determina o regimento", disse.

Para a deputada Jandira Feghali, os manifestantes eram pagos pela oposição. "Não representam nada nem ninguém", disse.

 
Fonte: Terra
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