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Política

União Brasil libera filiados para apoio a Bolsonaro ou Lula

Maioria do partido é bolsonarista, mas apoio a presidente prejudicaria ACM Neto na disputa pelo governo da Bahia

5 out 2022 - 19h16
(atualizado em 6/10/2022 às 06h26)
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BRASÍLIA - O União Brasil, partido formado pela fusão do PSL com o DEM, decidiu liberar seus filiados para que apoiem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou o presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da eleição. A maior parte da legenda, porém, está com Bolsonaro desde o primeiro turno.

Sobre a maioria bolsonarista, o presidente da legenda, deputado Luciano Bivar (PE), disse que a posição a favor do presidente não representa o União Brasil como instituição. "Nenhum deles responde pelo União Brasil nacional, nenhum deles. União Brasil é um pacto de 27 Estados com representatividade e diretórios. Isso é que representa o União Brasil nacional. Cada Estado tem sua independência", disse Bivar em entrevista coletiva nesta quarta-feira, 5.

Antes mesmo da decisão da cúpula do União Brasil, alguns políticos do partido se anteciparam e declararam voto no presidente, como o senador eleito Sérgio Moro, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e o deputado Capitão Wagner. Estados como Rio de Janeiro, Amazonas, Mato Grosso e Acre, por exemplo, também já haviam aderido à campanha bolsonarista.

Presidente do União Brasil, Luciano Bivar quer ser candidato ao comando da Câmara.
Presidente do União Brasil, Luciano Bivar quer ser candidato ao comando da Câmara.
Foto: Estadão/Estadão Conteúdo / Estadão

O União Brasil negocia uma fusão com o PP do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), líder do Centrão. O PP faz parte da base aliada do presidente, mas tem tradição de apoiar qualquer governo, em troca de cargos, independentemente da ideologia.

"Acho que a gente tem que condensar cada vez o sistema partidário brasileiro em poucos partidos. Eu fico muito feliz em a gente ter representatividade partidária com coloração, a gente continua a ser um partido independente", afirmou Bivar. O dirigente, no entanto, ressaltou que há dificuldades para realizar a fusão. "Tem que saber se no Maranhão há uma confluência, se no Acre há uma confluência. É difícil você fazer essas aglutinações. Eu sei, passei por isso junto agora com essa experiência que nós tivemos com PSL e Democratas", explicou.

Mesmo com maioria bolsonarista, a pressão da Bahia pesou para o partido decidir pela neutralidade. O secretário-geral do União Brasil é o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, que disputará o segundo turno da eleição para escolher o governador da Bahia com o ex-secretário da Educação Jerônimo Rodrigues (PT). O Estado é predominantemente petista e seria ruim para Neto se associar a Bolsonaro.

Bivar evitou comentar diretamente sobre a situação da Bahia, mas disse que a neutralidade foi feita para atender às peculiaridades de cada Estado. "O União Brasil é um partido de âmbito nacional. A gente respeita o pacto federativo da Constituição. Nosso estatuto permite que dentro do sistema democrático cada unidade da federação tenha sua representatividade igualitariamente".

Há no partido, ainda, uma ala mais simpática a Lula. Um exemplo é Henrique Meirelles, que foi presidente do Banco Central na gestão do petista e declarou apoio a ele no primeiro turno. O próprio presidente do União Brasil tem simpatia por um acordo com o ex-presidente.

Bivar já foi aliado de Bolsonaro, mas rompeu com ele após uma disputa pelo controle do antigo PSL. Para se reeleger deputado federal em Pernambuco, Estado de maioria petista, Bivar fez um acordo informal com o PT. O dirigente tenta ser candidato a presidente da Câmara e, para isso, quer o apoio de Lula. Nesta quarta, no entanto, o presidente do partido evitar falar publicamente sobre sua opinião em relação a eleição presidencial. "Como presidente do partido, eu não posso nesse momento aqui expressar minha posição pessoal".

Em relação a disputa pela Presidência da Câmara em fevereiro de 2023, Bivar evitou dizer se vai se candidatar, mas não descartou a possibilidade. "Eu acho que a Presidência da Câmara é uma coisa que vai ter que ser colocada na mesa para discutir com o União Brasil. O União Brasil é o maior partido isolado do País, tem que conversar com o União Brasil, é natural", afirmou. "Isso é uma decisão do partido, primeiro se o partido vai ter candidato à presidência da Câmara e, se tem, qual será o candidato do União Brasil", completou.

Candidata do União Brasil no primeiro turno da eleição, a senadora Soraya Thronicke ficou em quinto lugar na disputa. Soraya disse que não apoiará nem Bolsonaro nem Lula. O PT, porém, tenta fazer com que ela mude de posição para apoiar o ex-presidente.

Estadão
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