Uso de algemas em brasileiros já ocorreu em outros voos com deportados dos EUA
Prática considerada degradante foi aplicada a brasileiros ao longo de voo e durante desembarque em Manaus
O desembarque de 88 brasileiros deportados dos Estados Unidos em Manaus, na última sexta-feira, 24, provocou protestos formais do governo brasileiro contra o uso de algemas e correntes, considerado um tratamento desumano. Segundo o colunista do Terra Guilherme Mazieiro, a prática de manter os deportados acorrentados já havia ocorrido em outros voos fretados pelo governo norte-americano, mas, no ato do desembarque em território brasileiro, as restrições eram retiradas.
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Neste caso específico, porém, os brasileiros permaneceram algemados durante todo o processo, incluindo a chegada em Manaus (AM), o que motivou o governo brasileiro a emitir uma nota oficial.
“O uso indiscriminado de algemas e correntes viola os termos de acordo com os EUA, que prevê o tratamento digno, respeitoso e humano dos repatriados”, afirmou o comunicado, classificando o episódio como uma prática “degradante” e “inaceitável”.
O voo fretado pelo governo norte-americano, o primeiro desde a posse de Donald Trump, tinha como destino Belo Horizonte, mas precisou pousar em Manaus devido a uma pane no sistema de ar-condicionado da aeronave.
Após o incidente, o governo brasileiro não autorizou que o avião seguisse viagem para Minas Gerais, e os migrantes foram transportados em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB).
Por orientação do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, as algemas foram retiradas pela Polícia Federal.