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Política

"Vacinado não transmite vírus", diz Bolsonaro em discurso

Comentário foi feito em motociata realizada em São Paulo, neste sábado (12)

12 jun 2021 - 18h17
(atualizado às 19h51)
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No discurso realizado ao final da motociata, Jair Bolsonaro voltou a falar na possibilidade de suspender a obrigatoriedade de uso de máscaras por pessoas já vacinadas, afirmando que pediu um estudo do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre o tema.  "Quem for contra não acredita na ciência. Não tem como vacinado transmitir o vírus", disse. Mas, segundo especialistas, pessoas vacinadas podem sim transmitir o coronavírus e devem continuar usando máscaras, assim como o resto da população.

O comentário foi feito durante a motociata que reuniu milhares de motociclistas em apoio ao presidente neste sábado, 12, em São Paulo. O ato seguiu da região do Sambódromo pela Marginal do Tietê até a Rodovia dos Bandeirantes, onde o grupo foi até o trevo do km 62, na altura de Jundiaí, e retornou em direção ao Ibirapuera, onde Bolsonaro discursou em um carro de som. Bolsonaro, que liderou a motociata, chegou à concentração na zona norte e circulou sem máscara, provocando aglomerações entre os apoiadores, muitos também sem o equipamento de segurança em meio à pandemia de coronavírus. Bolsonaro, um de seus filhos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, foram multados pelo governo de São Paulo, por não usarem máscara no ato.

Sem máscara, Jair Bolsonaro discursa em ato com motociclistas
Sem máscara, Jair Bolsonaro discursa em ato com motociclistas
Foto: Romeo Campos

Bolsonaro também defendeu o trabalho do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e fez novo aceno aos motociclistas, ao falar de isenção de pedágio nas futuras concessões de rodovia. Para isso, no entanto, o presidente vai aumentar o valor para os demais motoristas. Com Salles no carro de som, o presidente disse que "o Ministério do Meio Ambiente era aparelhado e (Salles) fez um excelente trabalho". O ministro é investigado por indícios de favorecimento de empresas na exportação ilegal de madeira e por suspeita de obstruir a maior investigação ambiental da Polícia Federal em favor de quadrilhas de madeireiros. Ele nega irregularidades.

No discurso, Bolsonaro disse que o Ministério do Meio Ambiente era "aparelhado e (Salles) fez um excelente trabalho". Mas em entrevista concedida ao Broadcast em fevereiro, Salles reclamou dos cortes que o orçamento de sua Pasta sofreu e informou que chegou a fazer contato direto com o colega da Economia, Paulo Guedes. "Falei que era preciso dar prioridade ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), porque, depois, reclamam que ficamos com imagem ruim no exterior e que isso prejudica captação de investimentos", relatou.

O ministro descreveu ainda que, na conversa com Guedes, sugeriu que cortes fossem feitos em ministérios como os da Defesa ou da Ciência e Tecnologia porque o orçamento do MMA "não faz cócegas à União". "Não pode ter o órgão encarregado de fazer orçamento negando a grana e depois dizendo que precisamos melhorar imagem no exterior. Quem está dando substância a essa crítica é o próprio Ministério da Economia. É uma postura esquizofrênica", afirmou, na ocasião

Estadão
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