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Política

Vaga no STF: Zanin tem maioria de votos para ser aprovado na CCJ

Indicação de advogado pessoal de Lula ao STF tem 15 votos favoráveis no colegiado, segundo levantamento do 'Estadão'; nome de Zanin ainda vai passar pelo plenário do Senado

19 jun 2023 - 20h08
(atualizado às 21h26)
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Na semana passada, Zanin percorreu os corredores do Senado para conquistar o apoio dos parlamentares.
Na semana passada, Zanin percorreu os corredores do Senado para conquistar o apoio dos parlamentares.
Foto: Reprodução/Estadão Conteúdo/Ton Molina

A maioria dos senadores da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado afirma que vai votar pela aprovação do advogado pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Cristiano Zanin Martins, para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF), na sabatina que será realizada nesta quarta-feira, 21. Segundo levantamento do Estadão,15 parlamentares que integram o colegiado declararam que vão votar favoravelmente pela nomeação dele. Zanin necessita do "sim" de 14 dos atuais 26 titulares da CCJ. O parecer da comissão seguirá para análise do plenário.

Na semana passada, Zanin percorreu os corredores do Senado para conquistar o apoio dos parlamentares. Além de bater na porta dos gabinetes de senadores, o advogado se reuniu com a bancada feminina e com membros do PSD e do MDB. Os partidos manifestaram apoio à aprovação do advogado para o Supremo. Na CCJ, as siglas somam oito votos, e no plenário do Senado representam 25 dos 81 votantes.

Dos 15 senadores que declararam à reportagem que vão votar a favor da indicação de Cristiano Zanin, Plínio Valério (PSDB-AM) informou que a intenção de voto dele pode mudar e que está "reavaliando" o voto favorável. Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES) disseram que votarão contra a indicação feita por Lula.

O gabinete do ex-juiz e agora senador Sérgio Moro (União-PR) - titular da CCJ - disse que o parlamentar não vai se pronunciar sobre a intenção de voto. Na Operação Lava Jato, Zanin defendia Lula e Moro era o juiz do caso, na 13ª Vara Federal de Curitiba. Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) afirmou que terá um posicionamento somente após a sabatina.

Após a aprovação de Zanin na sabatina da CCJ, a indicação - formalizada por Lula no último dia 1º - será votada pelo plenário, composto por 81 senadores. O advogado necessita de 41 votos para garantir a nomeação na Suprema Corte. Caso seja aprovado, ocupará a cadeira deixada por Ricardo Lewandowski, que antecipou a aposentadoria no STF em abril.

Declararam que vão votar a favor de Zanin:

  • Ana Paula Lobato (PSB-MA)
  • Ângelo Coronel (PSD-BA)
  • Augusta Brito (PT-CE)
  • Davi Alcolumbre (União-AP)
  • Eduardo Braga (MDB-AM)
  • Eliziane Gama (PSD-MA)
  • Fabiano Contarato (PT-ES)
  • Jader Barbalho (MDB-PA)
  • Mecias de Jesus (Republicanos-RR)
  • Omar Aziz (PSD-MA)
  • Otto Alencar (PSD-BA)
  • Plínio Valério (PSDB-AM)
  • Renan Calheiros (MDB-AL)
  • Rogério Carvalho (PT-SE)
  • Weverton (PDT-MA)

Declararam que vão votar contra Zanin:

  • Eduardo Girão (Novo-CE)
  • Magno Malta (PL-ES)

Não se posicionaram:

  • Oriovisto Guimarães (Podemos-PR)
  • Sérgio Moro (União-PR)

Os senadores titulares da CCJ Carlos Portinho (PL-RJ), Ciro Nogueira (PP-PI), Esperidião Amin (PP-SC), Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Lucas Barreto (PSD-AP), Márcio Bittar (União-AC) e Marcos do Val (Podemos-ES) não retornaram os contatos da reportagem.

Quem é Cristiano Zanin?

O advogado Cristiano Zanin Martins, 47, ganhou projeção nacional pelo trabalho na defesa de Lula nos processos da Operação Lava Jato. Quando o petista ainda estava preso, o advogado se tornou um porta-voz, divulgando boletins regulares sobre a situação jurídica do então ex-presidente na sede da Polícia Federal em Curitiba.

Como advogado, ele teve acesso direto a Lula nos 580 dias em que o petista passou detido em uma sala especial na superintendência da corporação no Paraná. Foi da autoria dele o recurso ao STF que provocou uma reviravolta na Lava Jato, ao declarar a parcialidade do ex-juiz e agora senador Sérgio Moro, permitindo a reabilitação política de Lula.

Estadão
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