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Política

Vandalismo em Brasília foi praticado em parte por manifestantes de QG do Exército, diz governo do DF

Segundo secretário de Segurança Pública, manutenção do acampamento será reavaliada

13 dez 2022 - 10h54
(atualizado às 11h09)
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Rescaldo dos protestos bolsonaristas que queimaram carros e tentaram invadir a sede da Polícia Federal em Brasília no final da noite de segunda-feira, 12
Rescaldo dos protestos bolsonaristas que queimaram carros e tentaram invadir a sede da Polícia Federal em Brasília no final da noite de segunda-feira, 12
Foto: Wilton Jr / Estadão / Estadão

O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo, afirmou que uma parcela dos autores dos ataques de vandalismo na noite desta segunda-feira, 12, em Brasília, também faz parte de um acampamento que se alojou em frente ao Quartel General do Exército. Ainda segundo ele, a permanência deles no QG será reavaliada.

"Parte desses manifestantes, a gente não pode garantir que são todos que estejam lá porque alguns podem residir inclusive na cidade e em outros locais, mas parte realmente estava no QG, no acampamento, e participaram desses atos. Quem for ali identificado será responsabilizado", declarou Danilo.

Desde a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apoiadores do atual governo tem acampado no local e em outros prédios vinculados aos militares em diversas cidades do País. Sem aceitar a vitória do petista, apoiadores radicais do atual presidente insistem em pedir um golpe das Forças Armadas para impedir que Lula assuma o governo.

"A questão da manutenção ou não do acampamento vai ser reavaliada", declarou o secretário em entrevista coletiva ao lado do senador eleito Flávio Dino (PSB-MA), futuro ministro da Justiça, e do delegado Andrei Passos, coordenador da equipe de segurança de Lula e futuro chefe da Polícia Federal.

Apesar da sinalização de que o acampamento pode ser desmontado, Júlio Danilo admite que a ação das polícias do DF tem uma limitação: "Esse acampamento se encontra em uma área militar, sob jurisdição militar, e todo ato de atuação e intervenção tem que ser em coordenação com as Forças Armadas, no caso lá o Comando do Exército". Danilo afirmou que os militares "têm colaborado e têm tentado organizar".

Os apoiadores de Bolsonaro incendiaram ônibus, carros, depredaram prédios públicos e privados e tentaram invadir a sede da Polícia Federal, na área central de Brasília, no mesmo dia em que o presidente eleito foi diplomado.

Os atos de vandalismo começaram na frente da Polícia Federal, na Asa Norte, por volta de 19h30, após o cumprimento de um mandado de prisão temporária contra o indígena José Acácio Tserere Xavante, apoiador de Bolsonaro. A prisão do indígena aconteceu por determinação do STF e atende a um pedido da Procuradoria-Geral da República por participar de atos antidemocráticos e reunir pessoas para cometer crimes. Em nota, a PF afirmou que o preso está acompanhado de advogados e que as formalidades relativas à prisão "estão sendo adotadas nos termos da lei".

A Secretaria de Segurança Pública do DF afirmou que precisou restringir o trânsito na Esplanada dos Ministérios, na Praça dos Três Poderes e em outras vias da região central. O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), disse que deu ordem para prender todos os autores de atos de violência, mas até o momento nenhuma prisão foi divulgada.

Estadão
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