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Política

Veja como ficou o projeto da 'saidinha' de presos após Flávio Bolsonaro acatar emenda de Moro

Aprovado pela Comissão de Segurança Pública nesta terça-feira, 6, proposta segue para análise da CCJ do Senado antes de ir ao plenário da Casa

6 fev 2024 - 15h38
(atualizado em 7/2/2024 às 16h22)
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O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), relator do Projeto de Lei (PL) da "saidinha" na Comissão de Segurança Pública do Senado, acatou em seu parecer uma emenda do senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) que mantém a possibilidade de estudo externo para presos do regime semiaberto. O projeto foi aprovado pela Comissão na manhã desta terça-feira, 6.

O PL 2.253/2022 modifica a Lei de Execução Penal (7.210/84), acabando com as saídas em feriados e datas comemorativas, como Dia das Mães e Dia dos Pais. Além de restringir o benefício da saída temporária, a norma em análise pelos senadores prevê a realização de exame criminológico para a progressão do regime da pena e institui novas regras para o uso de tornozeleira eletrônica nos regimes aberto e semiaberto.

Comissão de Segurança Pública deu aval favorável ao PL 2.253/2022, da "saidinha" de presos. Parecer do relator Flávio Bolsonaro acatou emenda de Sérgio Moro sobre ensino externo
Comissão de Segurança Pública deu aval favorável ao PL 2.253/2022, da "saidinha" de presos. Parecer do relator Flávio Bolsonaro acatou emenda de Sérgio Moro sobre ensino externo
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado / Estadão

O parecer de Flávio Bolsonaro acatou a emenda de Moro e rejeitou uma sugestão de Jorge Kajuru (PSB-GO) para flexibilizar as condicionais da "saidinha". Kajuru também queria dispensar o exame criminológico previsto no texto aprovado na Câmara.

Emenda não altera intuito do projeto, diz Moro

A emenda sobre estudo externo foi apresentada por Moro na quinta-feira, 1º. O benefício é para presos frequentarem cursos supletivos profissionalizantes, ensino médio ou ensino superior. Presos por crimes hediondos ou com grave ameaça não são contemplados, segundo o texto.

Durante a sessão desta terça-feira, o senador afirmou que a alteração não modifica o intuito do projeto, que visa a extinção do benefício da saída temporária para presos do semiaberto por bom comportamento.

"O único ajuste que estamos fazendo, e esse é o objeto da minha emenda, é manter a saída temporária para cursos de educação e profissionalizantes aos presos do semiaberto. Essa, sim, é uma atividade de ressocialização de impacto relevante para que o preso se prepare para o retomar o convívio na sociedade. O texto que veio na Câmara, a meu ver inadvertidamente, acabou revogando essa possibilidade", disse Sérgio Moro.

Com aval da Comissão de Segurança Pública do Senado, projeto da 'saidinha' segue para apreciação da CCJ do Senado
Com aval da Comissão de Segurança Pública do Senado, projeto da 'saidinha' segue para apreciação da CCJ do Senado
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado / Estadão

Moro disse que, nos casos de trabalho e estudo externos, o juiz responsável pela avaliação do caso o faz com mais "parcimônia", ponderando de forma mais detalhada sobre cada detento, especificamente. "O estudo externo normalmente é avaliado pelo juiz com maior cuidado, com maior parcimônia. Não é aquela soltura que se faz aos milhares, às centenas. É algo mais ponderado, mais individualizado."

Parecer de Flávio e tramitação do projeto

Em janeiro, um caso envolvendo a morte de um sargento da Polícia Militar de Minas Gerais reacendeu o debate sobre o dispositivo. O autor dos disparos que vitimaram Roger Dias da Cunha é um homem de 25 anos que não retornou ao sistema penitenciário após ser beneficiado com a saída temporária de fim de ano. No parecer de Flávio, há um dispositivo prevendo que a norma, se aprovada, seja denominada como "Lei PM Sargento Dias".

O projeto que extingue o benefício da saída temporária dos presos, hoje permitida pela Lei de Execução Penal, foi aprovado pela Câmara dos Deputados em agosto de 2022. O texto aprovado é o substitutivo do relator, o então deputado federal Capitão Derrite (PL-SP), atual secretário da Segurança Pública em São Paulo.

Com o aval da Comissão de Segurança Pública, o texto segue para a apreciação da CCJ do Senado. Se obtiver parecer favorável, seguirá ao plenário da Casa e, se aprovado, irá à sanção presidencial.

Estadão
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