Venezuela diz ter prova de que senadores não passaram perigo
Governo sul-americano negou que tenha dificultado visita de parlamentares brasileiros ao país
O governo da Venezuela negou, nesta sexta-feira (19), ter dificultado a visita da comitiva de senadores brasileiros ao país e acusou "grupos de direita nacional e internacional" de tentarem uma "manobra midiática a partir de mentiras". Autoridades afirmaram ainda que têm provas de que não houve hostilidade contra os parlamentares.
Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores venezuelano atribuiu as horas de bloqueio da estrada que liga o aeroporto de Maiquetía a Caracas a um "caminhão tombado carregado com substâncias inflamáveis".
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Além disso, negou que "a segurança e a integridade física" dos senadores tenha sido comprometida e garantiu que existe "material audiovisual e fotográfico" como prova. "O governo nacional alocou um dispositivo e cápsula especial de segurança formado por mais de 30 soldados motorizados, patrulhas e forças de segurança que acompanharam este grupo o tempo inteiro, assim como se coordenou com a embaixada da República Federativa do Brasil", informou o comunicado.
O comunicado do Ministério de Relações Exteriores venezuelano afirma que "existe material audiovisual e fotográfico que mostra a interação dos senadores com ativistas políticos que se encontravam em atos da próxima corrida eleitoral que será realizada neste ano na Venezuela", em referência às próximas eleições legislativas.
Além disso, repudiou a versão de que o governo venezuelano tenha negado permissão para o avião que transportou a comitiva do Brasil até o aeroporto internacional de Maiquetía, a cerca de 20 quilômetros de Caracas, "quando nem sequer havia sido apresentada uma solicitação formal".
A nota considerou que a viagem dos senadores brasileiros teve como "único propósito" o de "desestabilizar a democracia venezuelana e gerar confusão e conflito entre países irmãos". A Venezuela enfatizou os "laços de amizade e cooperação" com o Brasil "baseados no respeito mútuo, na não ingerência em assuntos internos dos Estados e na autodeterminação dos povos", assim como em seu "compromisso inalterável de mantê-los acima de qualquer manobra divisionista."
O grupo de senadores brasileiros, liderado por Aécio Neves (PSDB-MG), esteve na quinta-feira (18) na Venezuela com a intenção de visitar opositores presos, como Leopoldo López, líder do partido Vontade Popular, e o prefeito metropolitano de Caracas, Antonio Ledezma, em prisão domiciliar por motivos de saúde.
Na terça-feira passada, o Ministério da Defesa do Brasil informou que enviou na sexta-feira anterior a devida solicitação de sobrevoo da Venezuela por parte do avião que levaria os senadores ao país e que até então não tinham recebido resposta. Ao chegarem à Venezuela, os senadores só puderam percorrer uma pequena distância porque a estrada que liga o aeroporto a Caracas estava bloqueada e, segundo disseram os parlamentares, os vidros do ônibus em que estavam foram golpeados por simpatizantes do governo.