Vídeo mostra Mauro Cid recebendo voz de prisão em audiência no STF; assista
As imagens precedem o momento em que o tenente-coronel desmaia ao saber que seria preso novamente
No vídeo da audiência em que é determinada a prisão do tenente-coronel Mauro Cid, é possível ver ele passando mal ao descobrir o veredito. As imagens são do dia 22 de março de 2024, mas foram divulgadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) somente nesta quinta-feira, 20, quase um ano depois.
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"Eu tenho, no entanto, que cientificar a todos que o senhor ministro relator Alexandre de Moraes, nos autos da PET 11767 do Distrito Federal, decidiu e decretou a prisão preventiva do senhor Mauro Cesar Barbosa Cid", diz o juiz instrutor Airton Vieira na audiência.
Logo em seguida, Mauro Cid põe as mãos sobre a cabeça e demonstra aparente mal-estar. Na ocasião, foi noticiado na imprensa que o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) desmaiou e precisou ser socorrido. As imagens divulgadas nesta quinta mostram momentos antes do incidente.
O retorno à prisão em março do ano passado ocorreu após áudios divulgados pela revista Veja mostrarem ataques dele à corporação e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Com isso, o tenente-coronel precisou fazer novas revelações à Polícia Federal para garantir sua soltura e a manutenção do acordo de delação.
O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro foi solto cerca de dois meses depois, em maio de 2024, afirmando ainda que o conteúdo do áudio vazado pela revista não passava de um desabafo. "Você quer chutar a porta e acaba falando besteira. Todo mundo, acaba dizendo coisas que não eram para serem ditas", declarou ao ser questionado durante seu depoimento no Supremo.
Cid e mais 33 pessoas, incluindo Bolsonaro, foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito do golpe. O ex-presidente é citado como chefe de organização criminosa.
Entenda a denúncia da PGR
Bolsonaro foi denunciado pelos crimes de liderança de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da união e deterioração de patrimônio tombado.
Além do ex-presidente, a PGR também denunciou nesta terça-feira, 18, o ex-ministro general Braga Netto e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e outros 31 pelos crimes de:
- Golpe de Estado;
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
- Organização Criminosa.
O objetivo, segundo o relatório, era estabelecer uma "falsa realidade de fraude eleitoral" para que sua derrota não fosse interpretada como um acaso e servir de "fundamento para os atos que se sucederam após a derrota do então candidato Jair Bolsonaro no pleito de 2022".
A investigação aponta ainda que a o ex-presidente tinha conhecimento de um plano para matar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do STF Alexandre de Moraes.