Vídeo mostra que comandante da PM preso atuou para conter golpistas no 8 de janeiro
Fábio Augusto Vieira está detido desde 10 de janeiro por suposta omissão diante dos atos terroristas
Um vídeo das câmeras de segurança do Congresso mostra que o ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) Fábio Augusto Vieira, preso após os atos terroristas de 8 de janeiro, atuou para conter os golpistas em Brasília. As imagens foram obtidas pelo jornal Folha de S. Paulo e divulgadas nesta segunda-feira, 30.
Vieira está preso desde o dia 10 de janeiro por suposta omissão diante das invasões aos prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF). No domingo dos atos golpistas, ele era o responsável pelo comando da corporação.
No vídeo obtido pelo jornal, o então comandante e mais três agentes da PM aparecem correndo atrás de um grupo de seis extremistas na área externa do Congresso, próximo à chapelaria, por volta das 14h43 de 8 de janeiro. Em seguida, ele desaparece e, no minuto seguinte, volta acompanhado de um policial na direção oposta.
Às 14h46, as imagens registram os golpistas arremessando cones de trânsito contra os policiais e os vidros da fachada do prédio e os agentes tentam conter a entrada no local. Três minutos depois, Vieira aparece conversando e gesticulando com os terroristas para levá-los para longe.
Na última semana, o relatório divulgado pelo interventor federal na segurança do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, apontou que a PMDF não elaborou um plano operacional para conter os golpistas.
Cappelli, no entanto, pontuou que não houve conivência na atuação de Vieira. Ele teria atuado desde o início da manhã no campo de operações e tentou mobilizar as tropas, segundo o interventor, mas seus apelos e ordens não foram atendidos. Conforme o interventor, esse fato revela um problema de hierarquia e disciplina nas forças militares. "Na hora que a polícia é politizada pelo poder público, quem assume o comando tem sua capacidade de comandar seriamente atingida", afirmou.
*Com informações do Estadão Conteúdo