Viúva de Janene nega dúvida sobre morte: "maldade desumana"
Stael Fernanda Janene rebateu o deputado Hugo Motta, que quer exumação do corpo de Janene para confirmar morte
A viúva do ex-deputado José Janene (PP-PR), Stael Fernanda Janene, se manifestou, na noite desta quarta-feira (20), por meio de nota, sobre a polêmica em torno da exumação dos restos mortais de seu ex-marido, que deve ser pedida pelo presidente da CPI da Petrobras na Câmara, Hugo Motta (PMDB-PB). Segundo ela, se a exumação for consumada será "um erro e uma maldade desumana que farão aos meus filhos,suas filhas e a toda comunidade muçulmana, se vierem a Londrina para um exumação despropositada para fins políticos".
Janene, cuja morte foi anunciada em 2010 após problemas cardíacos, é citado no escândalo da Lava Jato por envolvimento com o doleiro Alberto Youssef e foi denunciado no processo do mensalão.
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Motta havia dito que Stael desconfiava que Janene estaria vivo, e que o caixão de Janene chegou lacrado ao Paraná após a confirmação da morte no Incor, em São Paulo. A viúva, por seu lado, afirmou que nem caixão houve, já que Janene foi enterrado segundo os preceitos muçulmanos, religião a qual ele era seguidor. "Ao contrário do que leio de que seu corpo estaria em caixão lacrado, não havia caixão algum, pois seu enterro se deu sob os costumes muçulmanos onde nem ao menos existe um caixão, quanto mais, lacrado. A imprensa Paranaense e grande parte da nacional acompanhou o enterro, e mais, toda comunidade muçulmana de Londrina é que prepararam o corpo para ser enterrado fielmente como seus costumes".
Ela disse ainda não ter sido ouvida em nenhum momento sobre a exumação: “Evitei todos estes dias em que meu nome foi citado indevidamente me pronunciar, pois acreditava que a verdade viesse à tona com o tempo. Ledo engano. Me pronunciarei agora não como a ex-mulher de Janene, mas sim, como mãe dos filhos dele. Estou estarrecida ao ver toda a mídia nacional colocar palavras e situações em minha boca sem nunca eu pronunciá-las, então como mãe em defesa de meus filhos resolvi fazê-lo. Em momento algum procurei ou fui procurada por qualquer deputado dizendo o que colocaram em minha boca, principalmente no que tange a respeito de minha suposta desconfiança sobre a morte do pai de meus filhos".
Por fim, a viúva afirmou que há outros meios de se confirmar a morte de Janene, "pois ela se deu no Hospital Incor de São Paulo, devidamente registrada em cartório da mesma cidade, e também seu atestado assinado por um médico nacionalmente conhecido". Tais meios não trariam "um desconforto para toda a família", finalizou Stael.
Ex-líder do PP na Câmara dos Deputados, Janene foi um dos pivôs do escândalo do mensalão por receber R$ 4,1 milhões do valerioduto. Ele foi absolvido na Câmara do processo por quebra de decoro parlamentar. O ex-deputado do PP também é citado por ter supostamente recebido dinheiro do esquema de corrupção da Petrobras, por meio de Alberto Youssef.
Veja a nota completa de Stael Fernanda Janene
“Evitei todos estes dias em que meu nome foi citado indevidamente me pronunciar, pois acreditava que a verdade viesse à tona com o tempo. Ledo engano. Me pronunciarei agora não como a ex-mulher de Janene, mas sim, como mãe dos filhos dele. Estou estarrecida ao ver toda a mídia nacional colocar palavras e situações em minha boca sem nunca eu pronunciá-las, então como mãe em defesa de meus filhos resolvi fazê-lo. Em momento algum procurei ou fui procurada por qualquer deputado dizendo o que colocaram em minha boca, principalmente no que tange a respeito de minha suposta desconfiança sobre a morte do pai de meus filhos.
Jamais fiz isso, e nem poderia, pois fui eu mesma em companhia de meus filhos e das filhas dele, que recebi seu corpo na mesquita muçulmana aqui em Londrina. Ao contrário do que leio de que seu corpo estaria em caixão lacrado, não havia caixão algum, pois seu enterro se deu sob os costumes muçulmanos onde nem ao menos existe um caixão, quanto mais, lacrado. A imprensa Paranaense e grande parte da nacional acompanhou o enterro, e mais, toda comunidade muçulmana de Londrina é que prepararam o corpo para ser enterrado fielmente como seus costumes. Não posso deixar de me pronunciar neste momento, por entender ser um erro e uma maldade desumana que farão aos meus filhos,suas filhas e a toda comunidade muçulmana, se vierem a Londrina para um exumação despropositada para fins políticos. Ninguém merece tal desumanidade, muito menos meus filhos sendo expostos de maneira vil. Tudo isto é desnecessário caso queiram realmente a comprovação de sua morte, pois ela se deu no Hospital Incor de São Paulo, devidamente registrada em cartório da mesma cidade, e também seu atestado assinado por um médico nacionalmente conhecido. Fácil, extremamente fácil de se comprovar, evitando-se assim um desconforto para toda a família, e dinheiro público gasto para fins midiáticos.”