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Política

Witzel promete processar Bolsonaro: "Passou dos limites"

Governador do Rio de Janeiro comentou as acusações públicas feitas pelo presidente da República

21 nov 2019 - 18h09
(atualizado às 18h10)
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Witzel promete processar Bolsonaro: "Passou dos limites"
Witzel promete processar Bolsonaro: "Passou dos limites"
Foto: Jornal do Brasil

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel respondeu, nesta quinta-feira (21), as acusações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro de que estaria manipulando as investigações do assassinato da vereadora Marielle Franco. Irritado com as falas do capitão da reserva, o ex-juiz prometeu processar Bolsonaro. "Ele está acusando um governador de manipular a polícia do seu Estado. A polícia do Rio é independente. Infelizmente, o senhor Jair Bolsonaro passou dos limites", disse Witzel, em entrevista ao jornal O Globo

"Eu vou tomar providencias judiciais contra ele, vou iniciar uma ação penal para que ele responda pelos seus atos tentando me acusar de fatos que eu não pratiquei", completou o governador. Ainda segundo Witzel, a família do presidente não deveria estar preocupada com as investigações caso não tivesse nada a esconder.

"Se o Flávio Bolsonaro está sendo investigado, se esse processo da Marielle tem um fato que envolve a casa do presidente, isso não compete a mim, e sim ao Ministério Público, que tem independência, à Polícia Civil, que no nosso governo ganhou independência. Quem não deve não teme", provocou o governador.

Entenda as acusações de Bolsonaro contra Witzel

No início de novembro, pouco depois de um porteiro citar o presidente da República como a pessoa que liberou a entrada de um acusados do homicídio de Marielle Franco no condomínio, Bolsonaro já havia falado que o governador do Rio estava por trás da investigação. Na época, o presidente já havia rompido com boa parte do PSL.

“(Witzel) Não podia ter acesso a um processo em segredo de Justiça. Mais do que isso, né? A minha convicção é de que ele agiu no processo para botar meu nome lá dentro”, afirmou o presidente, que foi a uma concessionária da Honda buscar uma moto que adquiriu.

Bolsonaro também acusou o delegado da Polícia Civil responsável pelo caso Marielle de ser “amiguinho” do governador. Ele disse ainda que o ministro da Justiça, Sérgio Moro, foi acionado e entrou em contato com o procurador-geral da República, Augusto Aras, para tratar do caso. “Eu não trato isso com o Aras. Não tem cabimento, o tratamento com Aras foi via ministro da Justiça”, afirmou.

“Está requisitado, está tudo deferido, é a Polícia Federal com o assessoramento do MP Federal lá da seção do Rio de Janeiro. Vamos ouvir o porteiro, vamos ouvir aí o delegado também, o delegado que é muito amiguinho do governador, e logicamente que gostaria que o governador também participasse, né?”, disse o presidente.

Bolsonaro se disse vítima de perseguição e reiterou que não estava em sua casa no condomínio Vivendas da Barra no dia 14 de março de 2018. “Eu estava aqui (em Brasília), não estava lá. E outra, nós pegamos antes que fosse adulterado, pegamos lá toda a memória da secretária eletrônica, que é guardada há mais de anos, a voz não é minha. Não é o seu Jair. Agora, o que eu desconfio, que o porteiro leu sem assinar ou induziram ele a assinar aquilo. Induziram entre aspas, né? Induziram a assinar aquilo”, afirmou.

Nesta quinta-feira, o presidente voltou a citar o nome de Witzel. "Esse é o trabalho, em parte, desse governador que tem obsessão de ser presidente da República. Dizem alguns que no seu gabinete ele usa a faixa presidencial", afirmou Bolsonaro.

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