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Política

Youtubers e influenciadores bolsonaristas na mira do STF

Apuração sobre ameaças a integrantes da Corte ganhou novo fôlego após atos contra o tribunal e o Congresso e a favor de intervenção militar

20 mai 2020 - 05h10
(atualizado às 07h38)
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Youtubers e influenciadores digitais da rede bolsonarista entraram na mira do inquérito sigiloso do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga a autoria e o financiamento de atos antidemocráticos ocorridos no mês passado em todo o País - um deles teve a participação do presidente Jair Bolsonaro.

Apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro, realizam manifestação diante da unidade militar da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), na Praia Vermelha, na zona sul do Rio de Janeiro
Apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro, realizam manifestação diante da unidade militar da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), na Praia Vermelha, na zona sul do Rio de Janeiro
Foto: MAGA JR / O FOTOGRÁFICO/ESTADÃO CONTEÚDO

Ao enviar o pedido de investigação das manifestações ao STF, o procurador-geral da República, Augusto Aras, também mencionou os nomes dos deputados Daniel Silveira (PSL-RJ) e Junio Amaral (PSL-MG).

O caso está sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que ainda é responsável por um outro inquérito, que se debruça sobre ameaças, ofensas e fake news disparadas contra integrantes do STF e seus familiares. Como Moraes é relator dos dois processos, um inquérito deve subsidiar as investigações do outro. O prazo para a conclusão do inquérito das fake news termina em 15 de julho, mas, segundo o Estadão apurou, o ministro avalia a possibilidade de prorrogar as investigações.

Isso porque a apuração sobre ameaças a integrantes da Corte ganhou um novo fôlego após os atos do mês passado, marcados por faixas contra o tribunal e o Congresso e por pedidos de uma intervenção militar.

Até agora, ao menos 12 perfis - entre deputados e empresários - já entraram na mira da investigação das fake news. O caso é acompanhado com apreensão pelo Planalto por mirar a militância digital bolsonarista.

Em março, o Estadão revelou que o inquérito das fake news identificou empresários bolsonaristas que estariam financiando ataques contra ministros da Corte nas redes sociais. As investigações estão adiantadas e atingem até mesmo sócios de empresas do setor de comércio e serviços, todos apoiadores de Bolsonaro.

Procurado pela reportagem, o deputado Daniel Silveira disse que as manifestações foram pacíficas. "Não tem nada a ver com o que eles acusam. É constitucional a livre manifestação de pensamentos", afirmou. O gabinete de Junio Amaral não respondeu aos contatos da reportagem.

Estadão
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