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Política

Zambelli tenta se aliar a Boulos para combater bloqueio de contas de parlamentares

Deputada interpelou parlamentar do PSOL em evento, mas ele não sinalizou apoio; Glauber Braga, alvo dos bloqueios, repudiou a tentativa de aliança

1 set 2023 - 13h48
(atualizado às 14h02)
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A deputada Carla Zambelli (PL)
A deputada Carla Zambelli (PL)
Foto: Divulgação/Câmara dos Deputados

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pediu o apoio de Guilherme Boulos (PSOL-SP) nesta quinta-feira, 31, em prol de uma reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para discutir o bloqueio de contas de ressarcimento de parlamentares por ordem judicial.

A motivação dela foi o caso do também deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), que foi alvo de uma decisão judicial de Nova Friburgo, interior do Rio de Janeiro, que determinou o bloqueio de R$ 1 milhão na sua conta de ressarcimento de despesas parlamentares. Ele divulgou o caso nas redes sociais na última terça, 29.

Ela também comparou o caso do parlamentar do PSOL com os seus próprios processos judiciais. "Enfrentei bloqueio por multas devido a postagens em minhas redes sobre Lula e ditadores como Ortega e Maduro. O TSE entendeu que tratava-se de fakenews."

Neste ano, a deputada chegou a abrir uma vaquinha virtual para pagar multas e condenações processuais. Como mostrou o Estadão na época, em dez dias, Zambelli arrecadou R$ 168 mil, o que, segundo ela, superava a meta inicial de R$ 100 mil.

A tentativa de aproximação com Boulos foi repudiada por Braga na manhã desta sexta, 1º. Ele acusou Zambelli de usar o caso dele "como artilharia para suas questões" e recusou a solidariedade da deputada. "Não serei usado de escada. Falsa simetria comigo não rola. Não tentei dar golpe de Estado de orientação fascista e nem sustentei projeto de morte."

Abandonada pelo núcleo bolsonarista

Desde o segundo turno das eleições de 2022, Zambelli vem sendo repelida pelo núcleo bolsonarista. Na véspera do pleito, ela perseguiu o jornalista Luan Araújo pelas ruas do bairro Jardins, na Zona Sul de São Paulo, empunhando uma arma de fogo.

Jair Bolsonaro (PL) atribui a esse episódio a culpa pela sua derrota nas urnas. No último dia 18, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para colocá-la no banco dos réus por causa desse episódio.

Zambelli também responde a duas ações de investigação judicial eleitoral - mesmo tipo de processo que deixou Bolsonaro inelegível - que desceram do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a Justiça Eleitoral de São Paulo. A defesa da deputada tentou juntar os casos dela aos do ex-presidente, mas o ministro-corregedor da Corte, Benedito Gonçalves, não acolheu o pedido.

Outro episódio envolvendo Zambelli é o caso do hacker Walter Delgatti Neto. Ele diz que a deputada financiou e é a mandante de um ataque que ele fez ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele foi preso no mesmo dia em que a Polícia Federal fez operações de busca em endereços da parlamentar.

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Estadão
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