Zeca Dirceu vai liderar bancada do PT na Câmara até 2024
Pelo acordo de revezamento, Odair Cunha e Lindbergh Farias assumem o posto nos anos seguintes; vaga foi alvo de disputa entre diferentes alas do PT
Depois de muitos embates internos, o PT escolheu o deputado Zeca Dirceu (PR) como líder do partido na Câmara. Por causa de uma disputa entre correntes petistas, porém, ficou acertado que haverá um revezamento na liderança.
Pelo acordo, Zeca será líder da bancada petista até 2024, quando passa o bastão para o deputado Odair Cunha (MG). A partir de 2025 o posto fica com o deputado Lindbergh Farias (RJ). Ficou acertado, ainda, que a deputada Maria do Rosário (RS) será o nome indicado pela bancada para ocupar um cargo na Mesa Diretora da Câmara. O PT apoia a reeleição do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e gostaria que Maria do Rosário ficasse com a primeira secretaria, mas esse arranjo ainda precisa ser definido com outros partidos.
Zeca Dirceu e Odair Cunha são da corrente majoritária do PT, a Construindo Um Novo Brasil (CNB), a mesma de Lula. Lindbergh e Maria do Rosário, por sua vez, são de alas mais à esquerda no partido. O novo líder da bancada é filho do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Em 2005, o então chefe da Casa Civil de Lula foi afastado do cargo, atingido pelo escândalo do mensalão.
Lindbergh chegou a dizer que, caso não houvesse acordo para revezamento entre as correntes do PT, seu grupo agiria para impedir a eleição de Zeca Dirceu. Em reunião realizada nesta quinta-feira, 5, no entanto, as correntes petistas conseguiram acertar um meio termo, que garantiu a liderança da bancada a Lindbergh, a partir de 2025.
Divergências internas por espaço são comuns no PT. Ex-senador, o próprio Lindbergh esteve envolvido em uma disputa parecida quando concorreu à presidência da legenda contra Gleisi, em 2017. A deputada foi escolhida naquele ano para representar o PT e permanece no cargo até hoje. Atualmente, ela e o deputado do Rio são namorados.
A cúpula do PT avaliou, ainda, a possibilidade de Lindbergh ser secretário-geral do partido, cargo que ficará vago com a ida de Paulo Teixeira para o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Apesar disso, o próprio deputado descarta assumir a função para evitar que isso seja associado à sua relação com Gleisi.