Porto Velho registra onda de violência por grupos criminosos com 12 mortos
A capital de Rondônia, Porto Velho, tem sido palco nos últimos dias de uma onda de violência que deixou 12 mortos em ataques criminosos e confrontos armados, segundo balanço divulgado nesta sexta-feira pelo governo estadual, que pediu o apoio da Força Nacional de Segurança Pública para combater a criminalidade.
Sete pessoas foram mortas em ataques de facções criminosas e outras cinco morreram em confrontos com a polícia desde a manhã de terça-feira, quando começaram os atos criminosos, de acordo com a Secretaria de Estado de Segurança, Defesa e Cidadania. Foram efetudas 14 prisões e 7 armas de fogo foram apreendidas.
Mais de vinte ônibus, boa parte deles escolares, foram incendiados, o que levou autoridades a reduzirem o horário de funcionamento do transporte coletivo, que também tem circulado pela cidade com escolta policial.
A polícia de Porto Velho afirma que os ataques são uma retaliação da facção criminosa Comando Vermelho a ações policiais realizadas nos últimos meses em um conjunto habitacional da cidade dominado pela organização criminosa, de acordo com o portal de notícias G1.
Criado no Rio de Janeiro, onde controla diversas comunidades, o Comando Vermelho tem crescido em influência na região amazônica nos últimos anos.
Em seu mais recente anuário, o Fórum Brasileiro de Segurança Pública alertou para o aumento da criminalidade na última década na Região Norte do país. Em 2023, as mortes violentas intencionais na região alcançaram a taxa de 34 por 100 mil habitantes, praticamente o dobro da média nacional, sendo somente superada pela Região Nordeste, com 36,5.
"Não à toa, são nessas duas regiões em que estão localizados os Estados que estão convivendo com um quadro acentuado de disputas entre facções de base prisional por rotas e territórios e, ao mesmo tempo, concentram a maioria dos Estados com altas taxas de letalidade policial", aponta o documento.
Na última década, Rondônia ficou em sétimo lugar entre as 27 unidades da federação entre os maiores volumes apreendidos de cocaína, com 20 toneladas.
As ações de enfrentamento à atual onde de violência no Estado têm sido coordenadas pela secretaria de segurança do Estado e contam com reforço de órgão federais como a Força Nacional, a Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Federal, além do apoio das policiais do Acre, Amazonas e Mato Grosso, que têm fortalecido ações nas áreas de divisa.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, autorizou o emprego da Força Nacional em Rondônia pelo prazo inicial de 90 dias.