'Preocupação de segurança', 'convicções políticas extremas': imprensa internacional repercute explosões em Brasília
Jornais destacam proximidade do início de encontro de líderes do G20 no RJ e possibilidade de ataque à democracia brasileira
Explosões na Praça dos Três Poderes, em Brasília, repercutem na imprensa internacional. Jornais destacam preocupações com segurança antes da reunião do G20, no Rio de Janeiro, e com estado da democracia brasileira.
As explosões ocorridas na noite de quarta-feira, 13, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, que terminaram com a morte de um homem, repercutiram na imprensa internacional.
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Jornais de fora do Brasil destacaram a proximidade do caso com o início do encontro do G20, que ocorre no Rio de Janeiro e receberá diversos líderes mundiais, além de citarem a ligação do autor com o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e ideais anti-democráticos.
A Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar as explosões. Um inquérito sobre o caso também foi aberto pela Polícia Civil do Distrito Federal.
Veja abaixo a repercussão do caso em jornais internacionais:
The New York Times
Nos Estados Unidos, o The New York Times destacou como o autor concorreu e perdeu a um cargo de vereador, em 2020, pelo Partido Liberal, da direita do ex-presidente Jair Bolsonaro. O jornal reportou o clima de tensão que tomou Brasília nos momentos após o incidente. "Policiais militares e equipes antibombas vasculharam toda a área", diz o texto.
Le Monde
O francês Le Monde chamou a atenção para possibilidade de o atentado tentar atingir o "coração da democracia brasileira" e as "mais altas instituições" do Brasil. O jornal também chamou as "convicções políticas extremas" do autor de "paranoicas". "Motivações preocupantes", diz a reportagem sobre o responsável pelos explosivos.
Al Jazeera
O portal da rede de notícias árabe, Al Jazeera, deu espaço para como as explosões ocorreram "a poucos passos do Supremo Tribunal Federal (STF)" e como a Praça dos Três Poderes "também tem sido alvo de violência política nos últimos anos".
Além disso, à Al Jazeera a jornalista Mônica Yanakiew, baseada no Brasil, observou que as explosões ocorreram dias antes da conferência do G20. "As pessoas estão preocupadas com isso por causa do timing", declarou à reportagem.
El País
Na Espanha, o El País demonstrou preocupação que o "ataque mortal em Brasília" ocorra a cinco dias de o Rio de Janeiro, localizado a quase 1.200 quilômetros, receber a cúpula de líderes do G20.
O espanhol também falou sobre publicações feitas nas redes sociais do autor antes das explosões: "uma série de ameaças contra o presidente Lula e outros altos cargos da República pouco antes do ataque".
Deutsche Welle
O jornal alemão Deutsche Welle deu destaque ao pronunciamento da governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, que classificou a explosão como ato de um "lobo solitário". A reportagem lembra dos ataques de 8 de janeiro de 2023 e também demonstra preocupação com a presença de líderes internacionais no Brasil, pelo encontro do G20.
La Nación
O La Nación, da Argentina, reportou a agilidade com as autoridades brasilienses agiram em resposta às explosões, mas relatou o sentimento de preocupação na capital federal. "Embora as causas sejam desconhecidas, o episódio começava a mobilizar a classe política brasileira, sensibilizada por um evento violento no coração político da capital", diz a reportagem.
O jornal argentino também lembrou que o episódio ocorre quase dois anos depois da tentativa de golpe de Estado, em 8 de janeiro de 2023. "As autoridades não descartavam um possível novo atentado com o objetivo de atingir as sedes dos três poderes", concluiu.
The Guardian
Para o britânico The Guardian, o caso "levanta preocupações de segurança antes de o país receber líderes globais do G20". O jornal destacou a proximidade da reunião dos chefes de Estado no Rio de Janeiro, que será seguida de uma visita do presidente chinês Xi Jinping à capital Brasília.