Presidente da Câmara quer investigação rápida contra Argôlo
O surgimento de mais uma denúncia contra o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA) fez com que o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), afirmasse nesta quinta-feira que vai agilizar as investigações contra o parlamentar baiano. A última acusação é de que o parlamentar tenha utilizado verba parlamentar para contratar uma empresa supostamente ligada ao doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal,
"Falei com o corregedor (deputado Átila Lins (PSD-AM)), e pedi que agilizasse os prazos. O deputado Argôlo terá cinco dias regimentais para apresentar a defesa e, imediatamente, virá o parecer da Corregedoria. Em seguida levarei a decisão à Mesa em 24 horas. Esse caso não pode perdurar do jeito que está", criticou Alves.
Apesar de considerar uma "exceção", Henrique Alves reconheceu que ele desgasta a imagem da Casa. "Ninguém pode achar que aqui todos tenham atitudes assim. Aqui, acolá, cometem equívocos e a Casa tem que ser exemplar no seu ato de punir e repreender. Vamos apurar, o parlamentar terá o direito de defesa e a Casa tem que ser rápida no poder de apuração e na sua decisão."
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o deputado Luiz Argôlo usou ao menos R$ 30 mil da chamada cota para exercício da atividade parlamentar da Câmara para contratar a empresa União Brasil Transportes e Serviços, com sede no município baiano de Alagoinhas. A empresa seria o elo financeiro com o doleiro Alberto Youssef.
Além disso, três ex-assessores do deputado constam como sócios da empresa. Na última terça-feira, o PSOL protocolou no Conselho de Ética da Câmara representação por quebra de decoro parlamentar contra Argôlo por envolvimento com o doleiro. Com isso, se decidir renunciar, o deputado será enquadro na Lei da Ficha Limpa e ficará inelegível por pelo menos oito anos.
A investigação na Corregedoria que apura o envolvimento de Argôlo com Alberto Youssef esbarra na dificuldade de encontrar o deputado no gabinete para notificá-lo sobre o pedido de investigação apresentado pelo deputado Rubens Bueno (PPS-PR). Ante o fracasso das tentativas, a Corregedoria vai fazer a notificação por Diário Oficial da União.