Profissionais do Mais Médicos fazem teste que encerra fase de capacitação
Aproximadamente 2 mil médicos com diploma estrangeiro - entre eles 180 cubanos - que participam do Programa Mais Médicos fazem, até o fim da tarde desta sexta-feira, o teste que encerra o período de capacitação e avaliação a que são submetidos antes de iniciar o trabalho. Os profissionais, divididos em grupos, fazem o exame de português e os testes práticos, como o que avalia o desempenho durante a simulação de uma consulta a um paciente.
Ao longo das últimas três semanas, eles tiveram aulas de português e de saúde pública, com ênfase no modelo do Sistema Único de Saúde (SUS). As provas estão sendo aplicadas em quatro capitais - Brasília (DF), Fortaleza (CE), Vitória (ES) e Belo Horizonte (BH) - e o resultado será divulgado no fim da tarde de hoje pelo Ministério da Saúde.
Os deslocamentos dos profissionais aprovados começam no sábado e devem se estender até a próxima terça-feira. Segundo o ministro da pasta, Alexandre Padilha, que vai recepcionar um grupo de aprovados em Goiânia (GO) na manhã deste sábado, antes de começar o trabalho os médicos vão passar uma semana na capital do Estado onde atuarão, para ambientação. Também existe previsão de recepção de aprovados no Rio de Janeiro e em São Paulo.
A avaliação feita hoje é a segunda promovida pelo Ministério da Saúde para médicos com diploma obtido no exterior participantes do programa. Como definido desde o lançamento do Mais Médicos, eles ocuparão apenas as vagas remanescentes, não preenchidas por brasileiros, que têm prioridade.
A primeira etapa do programa foi encerrada em 13 de setembro, também com a aplicação de uma prova após três semanas de capacitação. Na ocasião, 682 profissionais, entre os quais 400 cubanos, fizeram a avaliação. Um deles foi reprovado e, consequentemente, desligado do programa. Onze tiveram baixo desempenho e precisaram passar por um curso de recuperação para aprimorar o conhecimento do idioma. Segundo o Ministério da Saúde, todos fizeram nova avaliação, foram aprovados e já estão nos municípios designados.
Segundo a pasta, o Mais Médicos conta com 1.232 profissionais em atividade nos municípios, sendo 748 brasileiros e 484 profissionais com diploma estrangeiro que, até então, atuavam por meio de registro provisório emitido pelos conselhos regionais de Medicina. Esta semana, a competência para emitir os registros dos profissionais intercambistas foi transferida para o Ministério da Saúde após sanção, na terça-feira, da Lei do Mais Médicos, pela presidente Dilma Rousseff.
A responsabilidade pela fiscalização da atuação dos profissionais foi mantida a cargo dos conselhos. De acordo com a pasta, os médicos contemplados receberão uma declaração provisória até que a cédula de identidade médica fique pronta, em um prazo aproximado de 30 dias. A cédula está sendo produzida pela Casa da Moeda.
Na quinta-feira, o Ministério da Saúde divulgou a primeira relação de profissionais que tiveram o registro emitido pela pasta. Ao todo, foram 656 médicos, incluindo 180 estrangeiros que ainda estavam impedidos de trabalhar por não ter o documento. Hoje, uma nova lista foi divulgada, com mais 24 profissionais. O registro autoriza o exercício da Medicina, por três anos, exclusivamente no âmbito do programa.
Lançado em 8 de julho pelo governo federal, por medida provisória, o Mais Médicos faz parte de um pacto de melhoria do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), com objetivo de acelerar os investimentos em infraestrutura nos hospitais e em unidades de saúde e ampliar o número de médicos nas regiões carentes do País. Os profissionais do programa recebem bolsa de R$ 10 mil por mês e ajuda de custo do Ministério da Saúde. Os municípios ficam responsáveis por garantir alimentação e moradia aos selecionados.
ENTENDA O 'MAIS MÉDICOS' |
- Profissionais receberão bolsa de R$ 10 mil, mais ajuda de custo, e farão especialização em atenção básica durante os três anos do programa. |
- As vagas serão oferecidas prioritariamente a médicos brasileiros, interessados em atuar nas regiões onde faltam profissionais. |
- No caso do não preenchimento de todas as vagas, o Brasil aceitará candidaturas de estrangeiros. Eles não precisarão passar pela prova de revalidação do diploma |
- O médico estrangeiro que vier ao Brasil deverá atuar na região indicada previamente pelo governo federal, seguindo a demanda dos municípios. |
- Criação de 11,5 mil novas vagas de medicina em universidades federais e 12 mil de residência em todo o País, além da inclusão de um ciclo de dois anos na graduação em que os estudantes atuarão no Sistema Único de Saúde (SUS). |