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Programa de Bolsonaro na TV acusa PT de levar país "à beira do abismo"; Haddad denuncia onda de violência

12 out 2018 - 14h21
(atualizado às 16h24)
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O primeiro programa do candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, no horário eleitoral de TV para o segundo turno acusou o PT de levar o país à beira do abismo, enquanto a propaganda do petista Fernando Haddad enfocou o combate a atos de violência durante a campanha e exibiu elogio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidenciável.

Candidatos à Presidência Jair Bolsonaro e Fernando Haddad REUTERS/Ricardo Moraes/Amanda Perobelli
Candidatos à Presidência Jair Bolsonaro e Fernando Haddad REUTERS/Ricardo Moraes/Amanda Perobelli
Foto: Ricardo Moraes/Amanda Perobelli / Reuters

Na retomada do horário eleitoral na televisão depois do primeiro turno, nesta sexta-feira, os candidatos tiveram o mesmo tempo --5 minutos cada-- para apresentar suas propagandas, ao contrário do primeiro turno, em que o tempo era determinado de acordo com as bancadas dos partidos que compunham as coligações. Bolsonaro tinha apenas 8 segundos, enquanto Haddad contava com 2 minutos e 23 segundos.

O programa de Bolsonaro acusou o PT de ter levado país a sua "maior crise ética, moral e financeira da história" durante seus 13 anos de governo, afirmando que o país se encontra "à beira de um abismo" e fazendo uma relação com a crise atravessada pela Venezuela.

"A corrupção é uma chaga, a violência assusta as nossas famílias, e o desemprego tira a esperança de milhões de brasileiros, como na Venezuela, tão admirada por Lula, Dilma e Haddad", disse um narrador. "Fizeram de Brasília um balcão de negócios e muitos deles já estão presos."

Bolsonaro, que foi alvo de protestos do movimento liderado por mulheres #EleNão durante o primeiro turno, apareceu no programa emocionado ao comentar o nascimento de sua filha caçula, a primeira mulher após quatro homens, o que disse ter mudado sua vida.

O programa do candidato do PSL também lembrou a facada sofrida por Bolsonaro durante ato de campanha no mês passado em Juiz de Fora (MG), que tem mantido o candidato afastado de atos de campanha por recomendação médica.

HADDAD

O programa de Haddad começou com um alerta para uma "onda de violência" motivada pelo "ódio de alguns seguidores do candidato Jair Bolsonaro", nas palavras de uma locutora.

Foram citados o assassinato de um homem na Bahia a facadas por um suposto apoiador de Bolsonaro e um ataque a uma jovem que disse ter tido uma suástica entalhada no corpo por seguidores do candidato do PSL. Também foi exibido um vídeo em que Bolsonaro simula estar segurando um fuzil e grita: "Vamos fuzilar a petralhada" durante evento de campanha.

A propaganda do candidato do PT também exibiu um vídeo do ex-presidente Lula, a quem Haddad substituiu como candidato do partido depois que a candidatura de Lula foi barrada com base na Lei da Ficha Limpa, com elogios ao ex-prefeito de São Paulo.

"Em 500 anos de Brasil nós nunca tivemos alguém da capacidade do Haddad para fazer o que foi feito com a educação desse país", disse Lula, que está preso desde abril, sobre Haddad, que foi ministro da Educação em seu governo.

Em busca de votos de eleitores que apoiaram outros candidatos no primeiro turno, Haddad diz no vídeo: "Essa campanha não é de um partido, é de todos que querem mudar para melhor o nosso país".

Haddad e Bolsonaro estão no segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto depois que o candidato do PSL foi o mais votado no primeiro turno, com 46 por cento dos votos válidos, e Haddad ficou em segundo, com 29 por cento. A votação decisiva ocorrerá em 28 de outubro.

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