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Queiroga tem teste positivo para covid após encontrar com Boris Johnson, que esteve depois com Biden

Ministro da Saúde é o segundo caso confirmado da doença na delegação brasileira, acompanhada pela polemica da recusa da vacina pelo presidente Jair Bolsonaro.

21 set 2021 - 23h40
(atualizado em 22/9/2021 às 07h22)
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Queiroga (foto) voltaria com Bolsonaro para Brasília, mas ficará em quarentena em Nova York após ter sido diagnosticado com covid-19
Queiroga (foto) voltaria com Bolsonaro para Brasília, mas ficará em quarentena em Nova York após ter sido diagnosticado com covid-19
Foto: Reuters / BBC News Brasil

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, recebeu resultado positivo em um exame PCR de covid-19, segundo confirmou o governo brasileiro na noite desta terça-feira (21/9).

Queiroga compunha a comitiva presidencial de 18 pessoas que esteve em Nova York, Estados Unidos, para a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Este é o segundo caso de covid-19 na delegação brasileira — o primeiro foi de um diplomata.

A previsão era de que o ministro retornasse hoje a Brasília junto com o presidente Jair Bolsonaro, mas após o resultado do teste, feito pouco antes da viagem, Queiroga não embarcou e seguirá em quarentena na cidade de Nova York, no mesmo hotel em que já estava.

O caso do ministro da saúde brasileiro deve acionar diferentes alertas sanitários tanto na cidade de Nova York quanto em delegações estrangeiras que tiveram contato direito ou indireto com Queiroga.

O ministro esteve em diversas agendas, entre elas, na reunião bilateral entre Bolsonaro e o primeiro-ministro britânico Boris Johnson. No encontro, Boris chegou a elogiar a vacina Astrazeneca Oxford e recomendar ao mandatário brasileiro que se vacinasse. Bolsonaro admitiu ao britânico que não havia se vacinado, mas disse estar com boa imunidade por ter contraído a doença.

Nesta terça-feira, Boris se encontrou com o presidente americano Joe Biden na Casa Branca, em Washington D.C.

O ministro Queiroga esteve ainda na manhã desta terça-feira na sede da ONU, onde está em vigor um sistema de honra em que as autoridades declaram não ter tido sintoma nem contato com infectados. Ali, o ministro acompanhou o discurso do presidente Bolsonaro na Abertura da Assembleia Geral e uma reunião com o Secretário Geral da ONU Antônio Guterres, que tem dezenas de encontros bilaterais com chefes de Estado programados para esta semana.

Queiroga foi ainda ao Memorial de 11 de setembro junto ao presidente Bolsonaro.

No dia anterior, segunda-feira, Queiroga teve reunião com investidores e jantou na casa do embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa, junto a todo o ministério. Nas agendas oficiais públicas, Queiroga sempre esteve de máscara, mas ele compartilhou muitas refeições com outros ministros e o próprio presidente, como uma pizza na calçada no domingo à noite.

A viagem para Nova York é a primeira de uma comitiva presidencial brasileira desde que, há um ano e meio, 18 integrantes foram infectados com o novo coronavírus em uma visita a Miami, Flórida.

Na ocasião, Bolsonaro se encontrou com o então presidente Donald Trump, o que levou a um procedimento de rastreamento da doença também no mais alto nível do Executivo americano. O próprio Trump foi testado naquele momento, março de 2020, e seu resultado foi negativo.

A Assembleia Geral da ONU em 2021 está acontecendo em formato híbrido. Em agosto, os Estados Unidos expressaram preocupação de que o evento pudesse se converter em um super espalhador do novo coronavírus e fez um apelo aos 193 países da ONU que participassem remotamente ou mandassem delegações reduzidas. Dentro da ONU, além do chefe de Estado, apenas outras sete pessoas poderiam acompanhá-lo no prédio.

Queiroga é o segundo caso da doença confirmado na delegação brasileira. O primeiro foi de um diplomata que também se recupera em isolamento. De acordo com o governo brasileiro, tanto Queiroga quanto o diplomata entraram nos EUA com exames negativos e teriam se infectado em território americano.

O caso de Queiroga deve reavivar a polêmica da recusa de vacina por Bolsonaro que acompanhou a comitiva brasileira em sua viagem. O prefeito da cidade de Nova York, Bill de Blasio, chegou a dizer que se não queria se vacinar, Bolsonaro não deveria viajar à cidade.

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