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Quem era o estudante de Medicina morto por policiais militares em São Paulo

Marco Aurélio Acosta, de 22 anos, era filho de casal de médicos peruanos naturalizados brasileiros

21 nov 2024 - 08h42
(atualizado às 11h12)
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Marco Aurélio tinha 22 anos e era estudante de medicina em São Paulo
Marco Aurélio tinha 22 anos e era estudante de medicina em São Paulo
Foto: Reprodução/Redes sociais

O jovem Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, foi morto com um tiro à queima-roupa durante uma abordagem de policiais militares, na madrugada de quarta-feira, 20, na Zona Sul de São Paulo. Ele era um estudante de Medicina em uma universidade particular da capital paulista, e estava no quinto ano do curso.

Os pais de Marco eram médicos peruanos naturalizados brasileiros. Ele se mudou para cá há cerca de 20 anos. A mãe dele, Silvia Mônica, relatou à TV Globo que o rapaz nasceu prematuro, e aos 15 anos concluiu o ensino médio. Segundo a família, ele foi aprovado no vestibular para cursar Direito, mas escolheu seguir o caminho dos pais e do irmão, Frank, na Medicina.

Considerado um bom irmão e bom filho, Marco era muito querido pelos familiares, que ficaram abalados com a morte repentina. Além de cursar Medicina, ele também era atleta do time de futebol da Universidade Anhembi Morumbi. Nas redes sociais, a universidade publicou uma nota de pesar.

"Neste momento de imensa dor, nos solidarizamos com seus familiares, companheiros de time e colegas, que perderam não apenas um companheiro de jornada, mas também um amigo. Que sua memória seja sempre lembrada com carinho e que sua trajetória inspire todos nós”, diz o post da Universidade Anhembi Morumbi.

Estudante tinha 22 anos e chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu
Estudante tinha 22 anos e chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu
Foto: Reprodução via instagram/@mcboydavm / Estadão

Música sobre violência policial

Marco também tinha um gosto especial por música, e tentava se deslanchar como MC, cantando funk. Em uma de suas músicas, ele falava sobre a perda de um amigo para a violência policial, assim como ele também morreu.

A canção diz: “Quando um amigo morre, deixa um vazio na alma. Sentimos falta das conversas, momentos de risada. Ô, meu aliado, você vai deixar saudade. Amigos nós seremos, pra toda eternidade. Inevitavelmente, o que aconteceu? Tremenda injustiça com um amigo meu. Morto a tiros pela polícia na porta de casa, ele era trabalhador e nem mexia em fita errada”.

MC Boy da VM, como se apresentava Marco Aurélio, cantava ainda sobre o caso ter virado estatística e causado sofrimento da família.

Em outro conteúdo do YouTube, o rapaz explica que começou no funk em 2020, que VM era Vila Mariana e que a inspiração para o nome artístico foi o MC Boy do Charmes. Ele contou ainda que a ideia de virar cantor de funk começou por uma brincadeira com o irmão.

Entenda o caso

Marco Aurélio morreu após ser baleado por policiais militares na escadaria de um hotel na Rua Cubatão, no bairro Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo. Uma câmera de segurança flagrou todo o ocorrido, por volta das 2h50 da madrugada de quarta-feira, 20.

Estudante de Medicina é morto com tiro à queima-roupa durante abordagem da PM em SP
Estudante de Medicina é morto com tiro à queima-roupa durante abordagem da PM em SP
Foto: Reprodução/Redes Sociais

Os policiais estavam em patrulhamento quando o estudante teria dado um tapa no retrovisor da viatura e fugido em seguida. Ele teria corrido para o hotel, onde estava hospedado e, segundo os policiais, estava alterado e agressivo.

Marco aparece nas imagens entrando no saguão do hotel sem camisa e sendo perseguido pelos policiais. Ele é puxado pelo braço por um dos PMs, enquanto o outro dá chutes. Um dos policiais atirou na região do peito do estudante.

Em depoimento, os agentes relataram que Marco teria tentado pegar a arma de um dos policiais.

Após ser baleado, ele foi levado ao Hospital Ipiranga, onde teve duas paradas cardiorrespiratórias e passou por uma cirurgia. Ele não resistiu aos ferimentos e morreu por volta das 6h40.

Os policiais envolvidos no assassinato foram afastados de suas funções até o fim da investigação do caso, que foi registrado no Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) como morte decorrente de intervenção policial e resistência.

*Com informações do Estadão.

Fonte: Redação Terra
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