"Marco divisor" e "cartas marcadas": a reação dos políticos
Os desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) mantiveram, por unanimidade, a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no julgamento do recurso do processo do apartamento tríplex do Guarujá (SP) e aumentaram a pena fixada anteriormente pelo juiz de primeira instância Sérgio Moro.
GERALDO ALCKMIN, GOVERNADOR DE SÃO PAULO E PRESIDENTE NACIONAL DO PSDB:
"Talvez não termine hoje essa novela, porque cabe recurso, mas o importante não é se preocupar com adversário, é se preocupar com eleitor. Quem vai decidir a eleição é o povo."
PAULO PIMENTA (RS), LÍDER DO PT NA CÂMARA:
"Corporativismo! Os desembargadores não analisaram a propriedade do imóvel. Limitaram-se a defender (o juiz Sérgio) Moro. Foi uma defesa da sentença e não uma análise dos argumentos da defesa. Um jogo de cartas marcadas. Amanhã teremos reunião da Direção Nacional. Vamos reafirmar a candidatura de Lula"
RONALDO CAIADO (GO), LÍDER DO DEM NO SENADO:
"Essa decisão já torna o presidente inelegível. A Lei da Ficha Limpa deixa claro que condenado por um colegiado ele estará afastado definitivamente de toda e qualquer disputa eleitoral."
"Em relação ao momento da política nacional, nós já sabemos que a Justiça mais do que nunca fez com que prevalecesse a decência ao punir o ex-presidente da República depois de tantos fatos e tantos crimes cometidos por ele. É muito comum você ouvir um petista dizendo 'onde estão as provas?'. E são muitas, basta ler os autos... Esta é uma realidade."
GLEISI HOFFMANN, SENADORA E PRESIDENTE NACIONAL DO PT:
"O corporativismo sobrepôs a Constituição, a legalidade, a democracia, sustentando o golpe e os interesses da elite brasileira."
ÁLVARO DIAS, SENADOR E LÍDER DO PODEMOS:
"É um julgamento emblemático, que pode ter até impactos no processo eleitoral, mas muito mais importante é ser um marco divisor... um avanço histórico para a consolidação de uma nova Justiça onde todos serão iguais perante a lei. Ninguém acima da lei, mesmo que seja ex-presidente da República."
"Em relação às provas, diziam que não existem provas e o relator apresentou prova a prova com muita consistência, referendando a decisão do juiz (Sérgio) Moro ainda com maior rigor, afirmando que as provas são seguras e portanto suficientes para a condenação."