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'Rios voadores' e fenômenos chuvosos mais fracos: entenda a previsão de inverno super seco para o Brasil

Períodos de grandes estiagens trazem preocupação com baixa umidade e aumento nos focos de incêndio

16 jul 2024 - 05h00
(atualizado às 12h54)
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Inverno 2024 deverá ser mais seco do que o normal
Inverno 2024 deverá ser mais seco do que o normal
Foto: Divulgação/Prefeitura Campos do Jordão / Estadão

Apesar das primeiras semanas geladas em boa parte do país, em especial no Sul e no Sudeste, o inverno de 2024 deverá ser marcado também pela seca mais intensificada no Brasil. Com os períodos grandes de estiagem, focos de incêndio podem surgir com mais frequência, fenômenos que já vêm preocupando especialistas em regiões como o Pantanal e a Amazônia

"Apesar da estação seca ser normal, o que estamos observando são condições prolongadas e intensificadas de estiagem, com consequente aumento de temperatura nas regiões. A Amazônia, o Pantanal e o interior do País de uma forma geral vêm experimentando condições de precipitação abaixo da média inclusive na estação chuvosa. Então, já chegamos no período seco com um déficit hídrico pŕevio maior do que normal", explica Ana Maria Pereira Nunes, mestra e doutora em meteorologia pelo Departamento de Ciências Atmosféricas do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP)

Atualmente, o Brasil saiu da fase final de um evento de El Niño --que costuma ser marcado por chuvas acima da média na região Sul e abaixo da média na região Norte e Nordeste-- e entra em uma fase de neutralidade.

No entanto, há também uma probabilidade do estabelecimento de La Niña --favorecimento das chuvas na região Norte e Nordeste, e desfavorecimento das chuvas no Sul do país-- nos próximos 6 meses. 

Amazônia teve 5.151 km² desmatados em 2023 e Cerrado teve 7.828 km², apontam dados do sistema Deter, do Inpe. Incêndio é um dos principais métodos de desmatamento, tanto por intervenção humana, quanto pelas condições climáticas.
Amazônia teve 5.151 km² desmatados em 2023 e Cerrado teve 7.828 km², apontam dados do sistema Deter, do Inpe. Incêndio é um dos principais métodos de desmatamento, tanto por intervenção humana, quanto pelas condições climáticas.
Foto: Gabriela Biló/Estadão / Estadão

O Centro-Oeste e o Sudeste do Brasil costumam ter eventos climáticos que respondem aos da região amazônica, onde uma seca prolongada também vem provocando queimadas este ano.

"É como se a floresta reciclasse a umidade que ela recebe vinda do Oceano Atlântico e a distribuísse para para o centro-sul do continente através de corredores atmosféricos de umidade chamados ‘rios voadores’. Então com a diminuição do transporte de umidade da Amazônia, há diminuição do principal ingrediente para a precipitação para o centro-sul do país", continua Ana.

Queimada em Brasília; no último ano, o Cerrado bateu recorde de desmatamento
Queimada em Brasília; no último ano, o Cerrado bateu recorde de desmatamento
Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO / Estadão

Inverno mais quente

Segundo ela, a atmosfera e os oceanos estão globalmente aquecidos como nunca antes observado. "Junho de 2024 foi o décimo segundo mês consecutivo onde a temperatura média da atmosfera global esteve pelo menos 1,5°C mais quente do que a média no período pré-industrial", continua a pesquisadora, que alerta para a intensificação de eventos climáticos considerados extremos, como tempestades, chuvas torrenciais ou eventos de seca, associados ao aquecimento global.

"Acreditamos que as frentes frias não deverão avançar muito na região Sudeste, associado às condições de aquecimento anômalo do Oceano Índico. Este aquecimento do Oceano Índico pode causar os famosos bloqueios atmosféricos na América do Sul, através de um processo que chamamos de teleconexão. Também esperamos a atuação mais intensa próxima ao continente de um sistema permanente de alta pressão atmosférica chamado ‘Alta Subtropical do Atlântico Sul’, associado com supressão de chuvas. Atualmente estamos sob a influência de uma frente fria e a sua massa de ar frio associada, mas a segunda metade do mês deve ser seca e quente", conclui.

Fonte: Redação Terra
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