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RJ: militares acusados de terem torturado Mário Alves se recusam a falar

2 out 2013 - 14h18
(atualizado às 14h25)
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Militares se recusaram a falar nesta quarta-feira, em depoimento à Comissão da Verdade do Rio de Janeiro, sobre a morte do político Mário Alves
Militares se recusaram a falar nesta quarta-feira, em depoimento à Comissão da Verdade do Rio de Janeiro, sobre a morte do político Mário Alves
Foto: Paula Bianchi / Terra

Convocados pela Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro a depor, os tenentes Luiz Mário Correia Lima e Dulene Garcez, acusados de serem responsáveis pelas torturas que levaram à morte do político Mário Alves, se recusaram a falar. A cada novo questionamento da comissão tanto Lima quanto Garcez reiteravam que não tinham “nada a declarar”. 

Os depoimentos foram acompanhados pelo neto de Mário Alves, o músico Leonardo, de 35 anos. “A gente fica engasgado, quer ao menos olhar no olho deles, para eles saberem que a gente sabe. Só vamos descansar quando soubermos onde foi parar o corpo do meu avô e o que realmente aconteceu com ele”, disse Leonardo, que tentou fotografar Lima e Garcez, mas foi impedido por um pedido dos advogados dos militares à comissão que considerou a exposição desnecessária.

Lima e Garcez já haviam sido chamados a prestar esclarecimentos em agosto, mas entraram com petição junto às comissões Nacional e Estadual da Verdade para se ausentarem. Também convocado a depor, o tenente Armando Avólio Filho não compareceu a sessão, realizada nesta quarta pela manhã no auditório da Caixa de Assistência dos Advogados do Rio de Janeiro (Caarj). 

Alves foi um dos primeiros casos de desaparecidos políticos da ditatura e teria sido torturado e assassinado no Destacamento de Operações de Informações-Centro de Defesa Interna (Doi-Codi) do Rio de Janeiro, em janeiro de 1970, na época em que atuava como dirigente do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). 

Em 1987 a família do político ganhou uma ação contra o Estado, que admitiu a responsabilidade civil por sua prisão, morte e danos morais, tornando-o o primeiro caso de desaparecido político em que a União reconheceu sua responsabilidade.

Fonte: Terra
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