RJ: operação no Alemão segue após morte de comandante de UPP
Não há previsão de término para as incursões policiais nas comunidades
Os comandantes das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) Nova Brasília, Adeus, Fazendinha e Alemão, instaladas no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, mantêm 300 agentes no policiamento ostensivo do local. Também receberam o reforço de integrantes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) e do Grupamento de Intervenções Táticas (GIT) das UPPs.
Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), dois homens foram presos, mas não está confirmada a participação deles na troca de tiros que provocou na última quinta-feira a morte do comandante da UPP Nova Brasília, capitão Uanderson Manoel da Silva. Conforme a CPP, não há previsão de término para as incursões policiais nas comunidades.
A Polícia Civil informou que Diogo Oliveira Coelho, de 23 anos, foi autuado em flagrante na 45ª DP (Complexo do Alemão), pelo crime de colaboração com o tráfico de drogas. De acordo com a polícia, também não há informações sobre a participação dele na morte do comandante.
Para o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, a morte do capitão é lamentável. "Sempre nos sentimos atingidos quando um policial ou morador morre por causa de bala perdida. A violência me machuca muito, me dói muito, principalmente quando alguém deixa sua família em casa e vai trabalhar para levar paz a um território que ficou mais de 40 anos conflagrado”, lamentou.
Luiz Fernando Pezão disse não sonhar com o fim do tráfico de drogas no estado, mas afirmou que continuará com a política de pacificação do governo estadual. “Sou obstinado com a paz para todos os territórios do estado do Rio de Janeiro, sobretudo nessas áreas onde o tráfico, no período eleitoral, quer mandar recados para o governo e testar a política das UPPs. A resposta será sempre a determinação de enfrentá-los”, revelou.
Segundo ele, com apoio do Bope e do Batalhão de Choque, o policiamento será reforçado nos morros da Rocinha, Mangueira e Alemão, onde os criminosos tentam retomar os territórios. “Não voltarão. Eles trocam tiros e fogem. Antes, a polícia entrava, trocava tiros e saía. Estamos mudando e investindo mais no policiamento. Vamos garantir a paz no Alemão”, acrescentou.
O governador confirmou que o capitão Uanderson Manoel da Silva estava sem colete no momento da troca de tiros. “Ele saiu rapidamente quando soube da emboscada e não colocou o colete", ressaltou. Adiantou que, além de contratar novos agentes, é preciso capacitar os policiais que atuam nessas áreas. Conforme Pezão, o efetivo atual conta com 49 mil policiais. Adiantou a contratação imediata de mais 600 para a Baixada fluminense e São Gonçalo.
"Até o fim do ano, formaremos mais 2 mil policiais. Abrimos concurso para incorporação de 6 mil agentes, de modo a atingirmos 60 mil policiais, que, na avaliação do secretário de Segurança, é o contigente ideal para capacitarmos os batalhões e as UPPs", concluiu o governador. Ele não revelou quando a meta será atingida.