Rompimento de barragens em MG já tem 8 mortes confirmadas
Pelo menos 8 pessoas morreram, 43 ficaram feridas e não há informações sobre o número de desaparecidos após o rompimento de duas barragens de rejeitos de uma mineradora nesta quinta-feira (5), no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, no centro do estado de Minas Gerais, informaram os órgãos de socorro.
O acidente deixou pelo menos sete mortos no local, segundo o relatório parcial do Corpo de Bombeiros da cidade.
Mais uma pessoa morreu no Hospital Monsenhor Horta, em Mariana, para onde foram transferidos 13 feridos, alguns deles em estado grave, segundo informações do centro médico.
No local do acidente, foram atendidas outras 30 pessoas, de um total de 43 feridos.
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais relatou à Agência Efe que enviou várias equipes ao local do acidente e que, segundo alguns moradores, há muitas pessoas soterradas e ilhadas, mas a corporação evitou confirmar o número de vítimas, de possíveis feridos e de desaparecidos.
A Prefeitura de Mariana comunicou que o distrito está sendo evacuado devido ao perigo de novos deslizamentos de terra.
O Sindicato de Trabalhadores da Indústria de Extração de Ferro e Metais Básicos de Mariana (Metabase) informou inicialmente que entre 15 e 16 pessoas morreram e outras 45 estariam desaparecidas, mas essa informação não foi confirmada oficialmente.
O secretário de Defesa Social de Mariana, Brás Azevedo, qualificou a situação como "extremamente grave".
O distrito de Bento Rodrigues, que ficou praticamente soterrado pela lama, tinha cerca de 200 casas e abrigava aproximadamente 612 pessoas, segundo dados oficiais de 2012.
A empresa responsável pela barragem emitiu um comunicado no qual assinalou que "não é possível, neste momento, confirmar as causas e extensão do ocorrido, bem como a existência de vítimas".
O promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, à frente de uma equipe do Ministério Público de Minas Gerais que foi enviada até o local, afirmou que é "prematuro" fazer qualquer conclusão neste momento, mas acrescentou que "uma barragem não se rompe por acaso".
A barragem de resíduos do complexo industrial é conhecida como Barragem do Fundão, pertence à empresa Samarco Mineração e está a 25 quilômetros do centro urbano de Mariana. Mais tarde, em vídeo publicado pela mineradora nas redes sociais, o diretor-presidente Ricardo Vescovi falou em uma segunda barragem que também se rompeu, conhecida como Barragem de Santarém.
A Samarco informa que colocou em ação, juntamente com Defesa Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e outras instituições competentes, todas as ações previstas no seu Plano de Ação Emergencial de Barragens – validado pelos órgãos competentes, em função do rompimento das barragens de Fundão e Santarém, localizadas no distrito de Bento Rodrigues, em Mariana (MG), ocorrido na tarde desta quinta-feira, 5 de novembro. A mineradora está mobilizando todos os esforços necessários para priorizar o atendimento e a integridade das pessoas que estavam trabalhando no local ou que residem próximas às Barragens, além das ações para conter os danos ambientais. As operações da Samarco na unidade de Germano estão paralisadas.
Até o momento, não é possível confirmar número de vítimas e desaparecidos. Todas as pessoas resgatadas com ferimentos estão sendo encaminhadas para pronto atendimento no hospital do município de Mariana e demais municípios próximos e, os desabrigados, para um ginásio de Mariana onde equipes prestam auxílio a todos. Neste momento, não há confirmação das causas e a completa extensão do ocorrido. Investigações e estudos apontarão as reais causas do ocorrido.
As barragens da Samarco são compostas por quatro estruturas: barragens de Germano, Fundão, Santarém e Cava de Germano. Todas possuem Licenças de Operação concedidas pela Superintendência Regional de Regularização Ambiental (SUPRAM) – órgão que, nos recorrentes processos de fiscalização, atesta o comportamento e a integridade das estruturas. A última fiscalização ocorreu em julho de 2015 e indicou que as barragens encontravam-se em totais condições de segurança. A Samarco também realiza inspeções próprias, conforme Lei Federal de Segurança de Barragens, e conta com equipe de operação em turno de 24 horas para manutenção e identificação, de forma imediata, de qualquer anormalidade.
Informações sobre a composição do rejeito de minério de ferro:
O rejeito é inerte. Ele é composto, em sua maior parte, por sílica (areia) proveniente do beneficiamento do minério de ferro e não apresenta nenhum elemento químico que seja danoso à saúde.